Morreu nesta quarta-feira (23) um dos mais influentes poetas brasileiros, Antonio Cícero, aos 79 anos. A informação foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras (ABL), do qual era membro desde 2017. Cícero também era filósofo e compositor.
O poeta, que vinha enfrentando um diagnóstico de Alzheimer nos últimos anos, passou por internações e faleceu na Suíça, onde optou por eutanásia. A prática é legalizada no país. Seu companheiro, o figurinista Marcelo Pies, o acompanhou até o país europeu.
Quem foi Antonio Cícero?
Com formação em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, Antonio Cícero se destacou como um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB) como compositor.
Ele foi o autor de canções de sucesso da carreira de sua irmã, como "Fullgás" e "Pra Começar". Outro sucesso de projeção nacional de Cícero é "Último Romântico", com Lulu Santos e Sérgio Souza.
Em março de 2017, ele foi chamado para ocupar a cadeira 27 da ABL, que já foi de seu fundador Joaquim Nabuco, além do patrono Maciel Monteiro e, na sequência, Dantas Barreto, Gregório da Fonseca, Levi Carneiro e Otávio de Faria.
Além disso, participou da autoria de livros de poemas como "O relativismo enquanto visão do mundo" e "O Mundo Desde o Fim". Completam a lista o livro “Finalidades sem fim” e “Poesia e filosofia”.
Entre seus poemas mais conhecidos está "Guardar", que faz parte de uma coletânea homônima. Ele foi incluído na antologia "Os cem melhores poemas brasileiros do século", organizada por Ítalo Moriconi.
"Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. Em cofre não se guarda coisa alguma. Em cofre perde-se a coisa à vista. Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado", abre o poema.
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