Um pastor do Rio de Janeiro está sendo acusado de estuprar adolescentes, inclusive dentro da igreja. O Ministério Público já pediu a prisão dele. Paulo Giovani Moraes era pastor da Segunda Igreja Batista em Vieira fazenda, na Favela do Jacarezinho, no Jacaré, na Zona Norte do Rio.
Além de pregar os ensinamentos da bíblia, o pastor Giovani Moraes abusaria sexualmente de crianças.
Segundo a denúncia do Ministério Público, uma das vítimas foi um adolescente de uma família que frequentava a igreja. O documento, a que a GloboNews teve acesso com exclusividade, aponta que entre 2015 e 2018, dentro da igreja, de forma consciente e voluntária, o pastor constrangeu diversas vezes o menor de idade a praticar sexo com ele.
A mãe do adolescente começou a desconfiar do comportamento do jovem. Resolveu instalar um aplicativo para descobrir as conversas do filho com o pastor e descobriu tudo.
“Eu notava que ele, à noite, ficava muito no celular, demorava a dormir. Comecei a me preocupar. Diante disso, eu falei: tenho que arrumar um jeito de colocar alguma coisa no Whatsapp para ver o que ele conversa. Foi um choque muito grande porque onde eu sentia segurança foi onde foi minha decepção”, disse a mãe do menor.
A família procurou a polícia em novembro do ano passado, que chamou o pastor Paulo Giovani Moraes a prestar esclarecimentos. No depoimento aos policiais, ele disse que foi "seduzido pela vítima". Se disse ex-homossexual e confessou ter trocado carícias com o jovem.
Com o escândalo, outros dois garotos que também frequentavam a igreja se manifestaram e revelaram que também foram assediados pelo pastor.
“Foi como uma avalanche. Quando a primeira vítima aparece as demais, tomam coragem e resolvem também denunciar o abusador “, disse o promotor Sauvei Lai, que lembrou o caso do espírita João de Deus, em Goiânia.
Essa não é a primeira vez em que o pastor é acusado de estuprar um jovem. Em 2010 ele foi preso em flagrante na 14ª DP (Leblon), acusado de abusar um adolescente, mas foi absolvido.
Agora, os promotores pedem a condenação de Paulo Giovani Moraes. Segundo o Ministério Público, solto, ele apresentaria riscos para novas vítimas, além da possibilidade de fuga por conta das investigações.
O pastor foi denunciado pelos crimes de estupro de vulnerável, estupro comum qualificado - quando a vítima é menor de 18 anos - e por produção de imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes. Se condenado nos termos da denúncia, pode pegar até 301 anos de prisão.
A GloboNews procurou o pastor Paulo Giovani Moraes. Mas por telefone, ele preferiu não vai comentar o caso.
“Não quero me posicionar, não”, disse o pastor.
O promotor Lai diz que é importante os pais estejam atentos ao que acontece com seus filhos.
“A criança é ensinada a se defender de pessoas estranhas, mas em 90% dos casos de pedofilia ela é praticada por pessoas próximas. Ou é o motorista da van ou é o pastor, um religioso, como é o caso, ou é um padrasto ou o dono de um comércio vizinho. Então, os pais devem prestar atenção nos seus filhos”, disse Lai.
“Infelizmente, a gente está num mundo em que não pode confiar muito nos outros. É preciso saber onde o filho está indo, o que está fazendo. Não que seja uma mãe super protetora, porque a gente tem de dar um pouco de autonomia para nossos filhos. Mas a gente tem de estar sempre vigilante, sempre pronta a saber o que está acontecendo em volta da vida dos nossos filhos”, disse a mãe da vítima.
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