A "Folha" afirmou que Onyx havia indicado Allan Bubna, de 24 anos, para um cargo da categoria DAS-4, no valor de R$ 10.373. Essa é a terceira maior remuneração para comissionados (sem concurso público) no poder Executivo federal. Bubna dava duas aulas semanais para Onyx em um cursinho em Brasília. As aulas foram suspensas em março, quando o governo distrital determinou o fechamento de escolas para conter a propagação do coronavírus.

Ao jornal, assessoria da pasta afirmou que Bubna, bacharel em Relações Internacionais, iria compor a equipe de assessoramento internacional.

A "Folha" disse que o próprio Bubna confirmou ao jornal que foi convidado pelo ministro para a função. Ele esteve no ministério no dia 22 de abril para dar início ao processo de contratação.

Ainda segundo a reportagem, pessoas ligadas ao Ministério da Cidadania estranharam a indicação e técnicos da pasta disseram que Bubna não tem currículo suficiente para exercer a função.

Desistência

No Twitter, Onyx escreveu que suspendeu a indicação até que fique esclarecida a filiação partidária de Bubna. O professor de inglês disse à "Folha" que é filiado, há cinco anos, ao PSOL, partido de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Onyx disse que desconhecia a filiação partidária de Bubna.

"Desconhecia qualquer ligação ou filiação partidária do indicado e informo que até que tudo fique esclarecido, para não se cometer nenhuma injustiça, o processo está cancelado", afirmou o ministro na rede social.

Onyx disse ainda que, quando pensou na nomeação, estava levando em conta a formação de seu professor de inglês como "profissional graduado em Relações Internacionais".

"Fui aluno do professor Allan Bubbna , mas a indicação para compor a equipe liderada por um diplomata de carreira não foi do professor, e sim do profissional graduado em relações internacionais na UNB [Universidade de Brasília]", escreveu Onyx.