O papa Francisco está com uma infecção polimicrobiana das vias respiratórias e sua situação clínica é "complexa", informou o Vaticano em um comunicado divulgado às 9h desta segunda-feira (17) no horário de Brasília.
Ainda segundo a Santa Sé, o tratamento do pontífice, de 88 anos, que assumiu o posto em 2013, foi alterado após o diagnóstico e não há previsão de alta. Ele permanecerá no hospital pelo tempo que for necessário.
"Os resultados dos testes realizados nos últimos dias e hoje demonstraram uma infecção polimicrobiana do trato respiratório que levou a uma nova modificação da terapia. Todos os exames realizados até o momento são indicativos de um quadro clínico complexo que exigirá internação hospitalar adequada", diz a íntegra do boletim.
Mais cedo, nesta segunda, um porta-voz do Vaticano disse que o papa estava em condição estável de saúde, que havia dormido bem durante a noite, havia tomado café da manhã e estava de "bom humor".
Ele não informou se Francisco voltou a apresentar febre como no início da internação. Segundo os boletins médicos divulgados pelo Vaticano, ela vinha diminuindo ao longo dos dias.
Mesmo com a mudança de tratamento, os médicos do pontífice já haviam ordenado repouso absoluto. O papa teve que desmarcar todos os seus compromissos, porém, segundo a emissora italiana Mediaset, mesmo hospitalizado, no fim de semana, ele continuou sua prática recente de fazer ligações para falar com membros de uma paróquia católica em Gaza.
Francisco pediu desculpas por faltar à oração semanal que faz aos domingos na Praça de São Pedro. Ele também não pode liderar uma missa especial para artistas em comemoração ao Ano Jubilar da Igreja Católica.
Este é o quarto dia de internação do pontífice, que sofre com a infecção no trato respiratório desde o início do mês. Ele foi internado no hospital Gemelli, em Roma, na manhã de sexta-feira.
Veja abaixo um histórico sobre a bronquite do papa. Entenda o que é a bronquite.
No início deste mês, Francisco disse a fiéis durante uma audiência semanal que estava com um "forte resfriado", que mais tarde foi descrito pelo Vaticano como bronquite. Ele chegou a celebrar audiências em sua casa por conta da doença.
Na primeira vez que teve que pedir para o assessor ler seu discurso, Francisco pediu desculpas, mas não perdeu o bom humor. "Ele [assessor] lerá o discurso melhor do que eu", brincou o pontífice durante celebração na última quarta (5).
“E agora peço um pouco de desculpas e peço que outro sacerdote continue lendo por causa das minhas dificuldades respiratórias”, disse Francisco em outra ocasião.
Após passar o discurso a um assessor pela segunda vez durante homilia no domingo (9), o Papa retomou a leitura para a oração mais curta do Angelus, onde rezou pela paz em diversas zonas de conflito ao redor do mundo.
A terceira vez que o papa Francisco pediu para seu assessor ler o discurso foi na quarta-feira (12).
O papa tem um histórico de problemas respiratórios. O pontífice não tem a parte superior do pulmão direito desde os 21 anos, quando teve uma pneumonia grave e mais três cistos no pulmão. Ou seja, sua capacidade respiratória é reduzida.
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