O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (21) que o grande inimigo do meio ambiente é a pobreza. A declaração, dada no Fórum Econômico Mundial, porém, não foi bem recebida no Brasil. Na internet, a maior queixa é de que o ministro ignorou o efeito de atividades econômicas que têm contribuído com a alta do desmatamento no Brasil ao falar sobre o assunto em Davos. Veja abaixo a reação política à declaração de Guedes.
“O pior inimigo do meio ambiente é a pobreza. As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer", afirmou o ministro Paulo Guedes, em meio a uma discussão realizada em Davos, na Suíça, sobre a relação da indústria com o meio ambiente.
A declaração, porém, desencadeou uma enxurrada de comentários críticos na internet. O termo pobreza já é um dos assuntos mais comentados do Twitter no Brasil, com mais de 34,5 mil posts. E boa parte desses comentários partiu de internautas que reclamaram que o ministro da Economia jogou a responsabilidade da destruição ambiental para os pobres, ao invés de culpabilizar os agentes que têm provocado, entre outras coisas, a redução da floresta amazônica. Entre os agentes citados pelos internautas estão o garimpo, a exploração madeireira e o agronegócio.
Algumas dessas queixas partiram de parlamentares que fazem oposição do governo de Jair Bolsonaro. Representante da bancada ambientalista, o deputado Nilto Tatto (PT-SP), por exemplo, disse que "o prejuízo ao meio ambiente causado por pessoas em situação de extrema pobreza em busca de alimento não pode ser comparado com o que causa o agronegócio, a mineração ou o garimpo". "É inaceitável que Paulo Guedes ignore madeireiros, garimpeiros, ruralistas e prefira colocar a culpa do desmatamento na pobreza!", acrescentou a deputada Margarida Salomão (PT-MG).
E até parlamentares de centro, que apoiam algumas pautas do governo, fizeram suas críticas. O senador Alvaro Dias (Podemos-PR), por exemplo, disse que "é injusto colocar a depredação ambiental na conta da pobreza". "Os piores inimigos do meio ambiente são os governos incompetentes e o ganancioso mercado de capitais", afirmou.
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