A Polícia Federal prendeu duas pessoas suspeitas de integrarem um grupo ligado ao Hezbollah que planejava atentados terroristas contra alvos judeus no Brasil. Agentes da corporação cumpriram dois mandados de prisão temporária e 11 de busca a apreensão em Minas Gerais (7), Distrito Federal (3) e São Paulo (1), onde também foi cumprido as prisões expedidas pela Subseção Judiciária de Belo Horizonte. Denominada “Operação Trapiche”, a ação teve o objetivo de interromper atos preparatórios de terrorismo e obter provas de possível recrutamento de brasileiros para a prática de terrorismo no país. Os crimes previstos na Lei de Terrorismo são equiparados a hediondos, considerados inafiançáveis, insuscetíveis de graça, anistia ou indulto. O cumprimento da pena se dá inicialmente em regime fechado, independentemente de trânsito em julgado da condenação, conforme explicou a PF. Os investigados devem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 15 anos e 6 meses de reclusão. O conflito no Oriente Médio tem se agravado a cada dia e, segundo especialistas, as perspectivas de paz na região são mínimas. Na última sexta-feira, 3, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descartou um cessar-fogo sem a libertação dos 242 reféns sequestrados durante o ataque terrorista do Hamas contra o território israelense, no dia 7 de outubro.
A declaração foi feita durante um pronunciamento público televisionado, em resposta à fala do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, em sua segunda visita ao Oriente Médio. Em Tel Aviv, o americano defendeu o direito de Israel de se defender, mas disse que discutiu com o premier sobre possíveis “pausas humanitárias” para proteger os civis palestinos e distribuir ajuda. Analistas tentam entender e projetar os rumos da guerra. Para o professor de relações internacionais do Ibmec, Alexandre Pires, Israel deve realizar uma ocupação na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas. “A operação para neutralizar a capacidade ofensiva do Hamas e de qualquer outro grupo radical vai levar muito tempo. Primeiro deve ocorrer uma longa ocupação militar, seguida de uma mais longa ocupação civil”, comentou. De acordo com Pires, a possibilidade de criação de dois Estados na região fica cada vez mais distante. Enquanto a ONU (Organização das Nações Unidas) tem dificuldade de articular resoluções que promovam o cessar-fogo, a comunidade internacional observa a guerra com atenção. Os países de todo o mundo temem que um escalonamento do conflito possa levar a um envolvimento mais efetivo de outras nações. Pires explica que a atuação do grupo xiita libanês Hezbollah tem fomentado essa possiblidade. “É uma grande força. Está com acesso a Síria, que tem recebido muito armamento devido a guerra. As ameaças do Irã também vão se intensificar e os EUA podem entrar em rota de colisão com o governo de Israel”, frisou o especialista.
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