A Procuradoria Geral da República (PGR) decidiu abrir uma apuração preliminar a fim de investigar a relação do advogado Frederick Wassef, ex-advogado da família Bolsonaro, e a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, que mantém contrato com o governo federal.
A decisão é do procurador-geral da República, Augusto Aras, e foi comunicada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O G1 procurou Wassef e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem. Procurada, a concessionária enviou a seguinte resposta: "A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos não foi notificada oficialmente sobre o assunto e, por isso, não irá se manifestar."
Frederick Wassef e integrantes da família Bolsonaro não são considerados formalmente investigados.
Com a abertura da análise preliminar, a PGR vai avaliar se há elementos que justifiquem um eventual pedido de abertura de inquérito ao STF. Não há prazo para isso.
Entenda o caso
O Ministério Público Federal foi acionado pelo STF após um advogado ter pedido à Corte uma investigação sobre a relação entre Wassef e a concessionária.
De acordo com a ação desse advogado, Frederick Wassef foi contratado pela concessionária para prestar consultoria mesmo sem ter experiência na área de aviação.
Ainda segundo a ação, a contratação poderia configurar, em tese, tráfico de influência, diante da relação de proximidade do advogado com o presidente Jair Bolsonaro e familiares.
"Ao tomar conhecimento dos fatos descritos na presente petição, foi instaurada notícia de fato [apuração preliminar] no âmbito desta Procuradoria-Geral da República, voltada para a sua averiguação preliminar", escreveu Augusto Aras.
Segundo o procurador-geral, "na eventualidade de surgirem indícios suficientes de uma possível prática ilícita pelos ora representados, será providenciada a instauração de inquérito perante esse Supremo Tribunal Federal, com adoção, a partir de então, das medidas cabíveis".
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