O governo federal repassou R$ 120 mil de verbas públicas em um cachê para o apresentador Sikêra Jr, da Rede TV!. Sikêra é conhecido apoiador do governo de Jair Messias Bolsonaro (sem presidente) e amigo pessoal da família do presidente. Em setembro de 2020, Flávio Bolsonaro faltou a uma acareação do Ministério Público Federal para participar do programa do apresentador.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o cachê consta em um documento da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) investigado pela CPI da Covid. A planilha comprova que a pasta realizou sete repasses para a empresa do apresentador, registrados com a descrição "áudio e vídeo pagamento de cachê" para diversas campanhas do governo federal. Entre elas está um vídeo de Sikêra apoiando o tratamento precoce promovido pelo governo, com drogas comprovadamente ineficazes contra a Covid-19, como a cloroquina e a ivermectina.
Em seu programa, Sikêra confirmou que recebeu cachê do Ministério da Saúde, e explicou que vende qualquer tipo de produto caso receba remuneração. "Fui questionado se eu recebi dinheiro da saúde. Recebi sim, do Ministério da Saúde. Eu não trabalho de graça, eu vivo do quê? De propaganda. Eu vendo aqui caixão, terreno, carro, sorvete, dentista, remédio, qualquer coisa. Eu sou um profissional, eu vivo disso, não tenho outra forma. Eu anuncio todo mundo se pagar", disparou.
Entre as atribuições da Secretaria de Comunicação, estão a divulgação de direitos e serviços e projetos e políticas de governo. Para isso, coordena perfis oficias em redes sociais e sites governamentais como o Portal Planalto e Gov.br. Conta ainda com o apoio da TV Brasil e o programa de rádio A Voz do Brasil. O órgão é diretamente ligado ao presidente Jair Messias Bolsonaro.
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