O relator da PEC do voto impresso, deputado Filipe Barros (PSL), reconhece o clima desfavorável na Câmara dos Deputados para o avanço da proposta. Ele avalia que o tema ganhou adesões de membros da esquerda, centro e direita. No entanto, a pressão de 11 partidos cresce contra a proposta. “Houve uma mudança de cenário. Se nós tínhamos antes um cenário mais favorável, com essas movimentações, que fazem parte do jogo político, houve uma mudança no cenário. Apesar de continuar acreditando que na comissão especial o relatório passa, no plenário nós não temos essa certeza ainda”, afirmou. Nesta quarta-feira (1º), presidentes de legendas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se reuniram em um café da manhã. Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Dias Toffoli receberam o apoio na manutenção das regras atuais dos deputados Luciano Bivar (PSL), Baleia Rossi (MDB), Luís Tibé (Avante), do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de Gilberto Kassab (PSD) e de Valdemar Costa Neto (PL), com a promessa de inviabilizar o voto impresso para 2022. Os presidentes do DEM, ACM Neto, e do PSDB, Bruno Araújo, participaram à distância. O Progressistas foi representado pela deputada Margarete Coelho e o Republicanos por Márcio Marinho.
Após o café da manhã, a comitiva se reuniu com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Luís Roberto Barroso. “Nenhuma dúvida que com o voto impresso vamos ter uma ampla judicialização, até pelo sentimento natural do ser humano de que na derrota ele contesta o procedimento que foi adotado. Nas últimas eleições tivemos mais de 400 mil candidatos, se 10% pedirem recontagem estamos falando de 40 mil recontagens e aí a recontagem manual vai evidentemente dar diferença em relação à urna eletrônica”, disse. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, reforçou a segurança do sistema eletrônico. “Não há uma única acusação que pode comprovar qualquer irregularidade. Ao contrário, o que temos tido frequentemente são manifestações técnicas, auditadas por empresas que atestam a credibilidade da urna”, afirmou. Para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) é preciso o apoio de 308 votos na Câmara e 49 no Senado, em dois turnos e para valer em 2022, a proposta teria que ser promulgada até o início de outubro.
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