O blogueiro Wellington Macedo de Souza e o radialista Maxcione Pitangui de Abreu presos no Paraguai foram transferidos no início da tarde desta sexta-feira (15) de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, para Brasília.
Ambos tinham mandado de prisão em aberto e eram considerados foragidos pelas autoridades brasileiras. O blogueiro também estava na lista de procurados da Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
Eles foram presos no Paraguai na quinta-feira (14) e entregues à Polícia Federal (PF) na mesma data pela Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, à Cidade do Leste, onde os dois foram presos.
Mesmo foragido, Wellington foi condenado a mais de seis anos de prisão acusado de colocar uma bomba em um caminhão de combustível perto do Aeroporto Internacional de Brasília, em dezembro de 2022.
A ordem de prisão contra o radialista conhecido como Max Pitangui é por participação em atos atos antidemocráticos contra o resultado das eleições de 2022.
Ele era procurado desde 15 de dezembro, quando a PF realizou uma operação contra bolsonaristas radicais suspeitos de organizar os atos.
A polícia paraguaia divulgou que a ação da quinta também prendeu a empresária Rieny Munhoz Marcula, de São Bernardo do Campo (SP). Ela também foi transferida para Brasília nesta sexta.
De acordo com a polícia do Paraguai, há mandado contra ela aberto no Brasil relacionado aos ataque em Brasília. Rieny também era procurada pela Interpol e é apontada como financiadora de atos antidemocráticos.
Cooperação internacional
Segundo a polícia paraguaia, no momento da prisão, Wellington tentou fugir. Ele correu, acabou tropeçando e caiu, motivo pelo qual foi entregue com curativo da cabeça.
Maxione se entregou sem resistir, segundo as autoridades paraguaias. Ele estava morando e vivendo na cidade paraguaia com a esposa e três filhos.
Os três foram presos em ação conjunta da Interpol e do Comando Tripartite, formado por forças policiais de Foz do Iguaçu, de Puerto Iguazú, na Argentina, e Cidade do Leste. Informações compartilhadas pelas autoridades brasileiras ajudaram na ação.
O pedido de cooperação foi feito pela Interpol há 15 dias. Ambos estavam sendo monitorados por autoridades paraguaias.
Mandado de prisão contra Wellington Macedo
O blogueiro Wellington Macedo de Souza foi assessor no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, comandado por Damares Alves durante o governo de Jair Bolsonaro.
O crime pelo qual foi condenado foi em 24 dezembro de 2022. Junto de outras duas pessoas, Wellington tentou explodir uma bomba na área do Aeroporto Internacional de Brasília. No dia, o blogueiro usava tornozeleira eletrônica, o que rastreou a participação dele no caso.
Wellington começou a trabalhar na área da comunicação cobrindo notícias da região norte do Ceará. Em 2018, passou a publicar notícias alinhadas ao bolsonarismo.
No mesmo ano, o blogueiro foi alvo de pelo menos 59 ações por danos morais movidas por diretores de escolas do município Sobral, no interior do Ceará, por conta da série de reportagens "Educação do Mal".
Utilize o formulário abaixo para comentar.