A falta de vacinas e a sua distribuição entre os municípios alagoanos foram temas de debate na sessão desta quinta-feira (22), no plenário da Assembleia Legislativa. O primeiro a falar foi o deputado Davi Maia (DEM), denunciando que a cidade de Maceió vem sendo prejudicada na distribuição de vacinas contra a Covid-19 por parte do Governo do Estado. O parlamentar ressaltou que Maceió vem sendo penalizada por ser a capital do Brasil com mais eficiência em vacinação. “A Prefeitura de Maceió está cobrando da Secretaria estadual da Saúde transparência e planejamento para garantir a previsão da execução do Plano Municipal de Imunização”, disse.
O deputado alertou que Maceió está sendo penalizada por aplicar as doses de forma correta. Na quarta-feira (21), segundo Davi Maia, a Secretaria Municipal de Saúde emitiu uma nota suspendendo a aplicação da 2ª dose da CoronaVac, enquanto não chegarem as novas remessas. “Isso tudo por uma coisa muito simples: o Estado, que é o guardião das vacinas, está fazendo política com as doses. Maceió e Arapiraca estão sendo vítimas”, destacou.
Por fim, o deputado disse que é preciso que seja apresentado o estoque de vacinas e o critério de escolha da sua distribuição. “Queremos saber também para onde foram enviadas as vacinas e quais dados estão sendo levados em conta na distribuição aos municípios, e onde estão as segundas doses, já que a cada 100 doses recebidas, o Estado tem que guardar 50 para a segunda dose, de acordo com o Plano Nacional de Imunização. Isso tudo é muito fácil de explicar, é só o Governo colocar uma planilha no site da Sesau”, afirmou.
Em aparte, a deputada Jó Pereira (MDB) destacou a falta de transparência e de um diálogo produtivo entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Maceió. “É necessária união de todos. Não é só em Maceió que a vacinação está parada, em Arapiraca e Rio Largo também existem relatos de pessoas que foram se vacinar e tiveram que voltar. Precisamos desmontar os palanques eleitorais”, disse.
O deputado Ronaldo Medeiros (MDB) lembrou que a falta de vacinas se deve ao atraso nas remessas por parte do Governo Federal, que pediu para os Estados usarem o percentual de reserva para a segunda dose, porque depois mandaria o complemento, o que não aconteceu dentro do previsto. “Hoje pela manhã, o Estado já enviou para a Secretaria Municipal de Saúde de Maceió 1.500 doses. A questão da falta de vacinas não é política, é técnica, já que o Governo Federal prometeu um quantitativo para este mês e não vai cumprir”, afirmou.
O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Silvio Camelo (PV), alertou que não existem vacinas suficientes em todo o país e que, quando chegam as doses para o Estado, elas precisam ser divididas por dois, a fim de que se tenha estoque para as segundas doses. “Nunca faltou diálogo entre o Governo do Estado e as prefeituras alagoanas, nem com ninguém, tanto que o secretário Alexandre Ayres já esteve nesta Casa duas vezes esta semana. É bom lembrar que o governador tem responsabilidade com todos os municípios e a questão da vacina é nacional, já que o Governo Federal, lá atrás, optou por uma política errada e deixou de fazer os devidos investimentos na compra de vacinas”, relatou.
Também em aparte, o deputado Inácio Loiola (PDT) levantou uma questão sobre as vacinas. “Com este atraso no programa de vacinação, faz-se necessário que os governos esclareçam o que pode acontecer com as pessoas que tomaram a primeira dose e não irão tomar a segunda no prazo correto. Será que isso pode comprometer a eficácia da imunização?”, questionou. O deputado Léo Loureiro (PP) alertou para a união de todos os entes federados no que ser refere a vacinação. “A vacinação no momento de pandemia devia ser tratada como se fosse cláusula pétrea. Quanto a sua falta é preciso que seja esclarecida, por parte dos governos, antes que se inflame alguma discussão”, destacou.
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