O grupo majoritário de senadores da CPI da Pandemia decidiu na noite da segunda-feira (7) retirar o nome do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, da lista de quebra de sigilos que será colocada em votação nesta quarta-feira (9). Restaram 26 requerimentos para ter acesso aos sigilos, entre os alvos: o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e a equipe de auxiliares dele na pasta, o ex-ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o assessor para assuntos internacionais do Planalto, Filipe Martins e o ex-secretário de comunicação da presidência, Fábio Wajngarten.
Há na lista pedido para quebrar os sigilos do ex-secretário executivo Elcio Franco; do advogado Zoser Hardman e do assessor de comunicação Markinhos Show. Também o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros e a secretária de gestão Mayra Pinheiro - que continuaram no ministério na gestão de Marcelo Queiroga. Além da oncologista Nise Yamagushi e o empresário Carlos Wizard.
O senador Otto Alencar, afirmou que Carlos Bolsonaro é uma figura lateral, de menor importância, e a comissão não pode perder o foco. "Não vou levar (a investigação) para o meio da família do presidente qualquer coisa que possa prejudicar, de jeito algum". O vereador teria participado de reuniões sobre a compra de vacinas. Defensores do requerimento afirmaram que não se deram por vencidos e vão insistir na votação do pedido no fim do mês.
A definição da lista gerou discussão no grupo de WhatsApp dos senadores da oposição. O líder do MDB, Eduardo Braga, afirmou que não concordava. À coluna, ele explicou que "para que nós quebremos um dos bens preciosos das garantias individuais é preciso que haja indícios e convencimento. Ora, eu sequer ouvi o depoimento de alguns desses membros que eles querem quebrar os dados. E mais: na reunião de domingo não se tratou sobre isso".
Uma das principais queixas é que havia um acordo para deixar a quebra de sigilos para depois da fase de depoimentos e análise de provas. A CPI não esgotou a lista de depoentes. Diariamente, a comissão tem recebido volumes de documentos, de diversos órgãos públicos, alguns ainda não foram abertos.
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