Embora ainda gradual, o retorno das atividades presenciais no Senado Federal tem feito parlamentares aumentarem os gastos com viagens. Graças à reabertura do plenário, antes fechado em função da pandemia da Covid-19, e à volta das comissões parlamentares, a Casa despendeu o equivalente a R$ 2.066.117,16 com passagens aéreas e terrestres para os senadores em 2021
Se mantiver a média, a tendência é que o dinheiro gasto em passagens neste ano supere, já em setembro, os R$ 2,4 milhões despendidos em 2020.
Apesar do crescimento nas despesas, o cenário era esperado, uma vez que, no ano passado, a Casa funcionou de maneira semipresencial. Ou seja, os senadores participavam virtualmente das sessões em seus respectivos estados.
Chama a atenção, porém, o aumento significativo que alguns parlamentares tiveram com locomoção entre um ano e outro. Conforme o Portal da Transparência do Senado, o senador Zequinha Marinho (PSC-PA) lidera as despesas da Casa com viagens.
Os números apontam que o parlamentar havia gastado, até a metade de agosto, o montante de R$ 114.750,50 – R$ 29,3 mil a mais do que em todo o ano passado. O valor despendido pelo senador paraense é o equivalente ao dobro do que gastou toda a terceira maior bancada do Senado, o Podemos, que possui nove integrantes.
As despesas de Zequinha com os tíquetes aéreos são, também, superiores aos gastos de senadores que comparecem presencialmente ao Senado Federal desde abril deste ano. É o caso dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, instalada quando ainda não havia perspectiva de reabertura do plenário.
Após Zequinha, o senador que mais se utilizou das viagens financiadas com dinheiro público foi Luis Carlos Heinze (PP-RS), que gastou R$ 104.343,38. Na sequência, estão os senadores Omar Aziz (despesa de R$ 87.648,79); Jorginho Mello (R$ 86.908,75); Alessandro Vieira (R$ 81.762,80); Weverton Rocha (R$ 69.652,85); e Fernando Bezerra Coelho (R$ 65.340,20). Destes, apenas Weverton não é membro da comissão.
O fato de membros do colegiado figurarem entre os “mais gastões” decorre da necessidade da presença física dos senadores para que deem andamento aos trabalhos antes dos demais.
À época da instalação da comissão, o presidente Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em conformidade com o Regimento Interno, determinou a obrigatoriedade de que a primeira sessão da CPI ocorresse de maneira presencial.
Desde então, poucos senadores optam por participar das oitivas e sessões deliberativas de forma remota. O maior adepto da participação virtual é o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que nada gastou em viagens neste ano, mesmo tendo participado da maior parte dos encontros.
Gasto por bancada
Pela lógica, a maior bancada do Senado é, também, a que mais utiliza o benefício concedido aos parlamentares. Com 15 senadores, o MDB lidera os gastos, com R$ 321.946,31. Em seguida, está a segunda maior bancada, do PSD (11 senadores), com R$ 297.833,83. O Podemos, partido com o terceiro maior número de filiados no Senado (9), gastou R$ 60.227,19.
O partido com o menor montante gasto em viagens é o Patriota, representado pelo senador Flávio Bolsonaro (RJ). O parlamentar pagou, com dinheiro público, R$ 12.708,44 em passagens.
Alagoas
De Alagoas, ainda conforme o Portal da Transparência, o líder de gastos com viagens é Renan Calheiros (MDB), com R$ 49.484,10, seguido por Rodrigo Cunha (PSDB), com R$ 47.313,52 e Fernando Collor (PROS), com R$ 15.251,88. Renan é o 13º senador que mais gasto com viagens. Rodrigo é o 15º e Collor o 45º. Juntos, os três senadores alagoanos gastaram R$ 11.204.950,00
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