O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou, nesta sexta-feira (17), que afastou um servidor do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) suspeito de envolvimento com o caso do estudante picado por uma cobra naja no Distrito Federal.
De acordo com o Ibama, foi instaurado um processo administrativo disciplinar interno para investigar a suposta participação de servidor no caso. O instituto não detalhou quais suspeitas levaram ao afastamento do funcionário.
A naja picou o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck, de 22 anos, em 7 de julho. No dia seguinte, a Polícia Civil localizou 16 serpentes, que seriam dele, em um haras em Planaltina.
Segundo o Ibama, Pedro não tinha autorização para criar animais exóticos. A corporação investiga se ele fazia parte de um esquema de tráfico de animais.
Uma das serpentes apreendidas na semana passada, uma cobra da espécie king snake, foi encontrada em uma caixa que tinha a identificação do Cetas, local onde o servidor afastado trabalhava.
No dia da apreensão, o agente ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Marco Freitas tirou uma foto da caixa por ter achado a situação entranha e comunicou o Ibama .
Entenda o caso
Após ser picado, Pedro Henrique Krambeck chegou ao hospital consciente, mas o quadro se agravou nas primeiras horas e ele foi levado para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)
O estudante precisou receber soro antiofídico do Instituto Butantan, em São Paulo, por causa da picada da naja – uma das cobras mais venenosas do mundo, originária de regiões da África e da Ásia. A unidade era a única que possuía o soro no país.
Segundo os investigadores, o estudante criava a cobra em casa, ilegalmente. Após o incidente, a naja foi localizada em uma caixa próximo a um shopping no Setor de Clubes Esportivos Sul. De acordo com a polícia, um amigo foi o responsável por abandonar a serpente no local.
No dia seguinte ao incidente, após uma denúncia anônima, a Polícia Militar Ambiental apreendeu as outras 16 cobras que seriam do estudante: dez serpentes exóticas – originárias de outros países – e outras seis cobras silvestres brasileiras.
Segundo a polícia, as 16 serpentes estavam "magras e com lesões nas escamas" e foram levadas para o Zoológico de Brasília.
Um das testemunhas ouvidas pelos policiais contou que os animais foram deixados no haras por um amigo de Pedro Henrique, após o acidente envolvendo a naja. Mas o jovem, que não quis ser identificado, afirmou que não sabia da compra e venda de animais.
"Eu só fiquei sabendo através da mídia sobre o acidente. Aí eu fiz a ligação dos fatos", afirmou a testemunha.
Pelo menos três colegas de Pedro Henrique Krambeck Lehmkul, foram ouvidos pela 14ª Delegacia de Polícia, do Gama. Segundo as investigações, os jovens são de classe média e classe média alta e "se identificam em estudar e fazer pesquisas com animais exóticos".
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