Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu o sul da Turquia e o norte da Síria na manhã desta segunda-feira, 6, derrubando centenas de edifícios e matando mais de 1,7 mil pessoas, sendo ao menos 1.014 na Turquia e 785 na região da Síria controlada pelo governo. Além disso, nas áreas sírias controladas por rebeldes, mais de 221 pessoas foram mortas, de acordo com os Capacetes Brancos, embora a organização médica SAMS tenha estimado o número de vítimas em mais de 135; ambos disseram que centenas de pessoas ficaram feridas. Além dos mortos, ao menos 5.400 ficaram feridas na Turquia e 1.089 na Síria. Acredita-se que outras centenas ainda estejam presas sob os escombros e espera-se que o número de vítimas aumente à medida que equipes de resgate vasculham montes de destroços em cidades e vilas da região. Em ambos os lados da fronteira, moradores acordados pelo terremoto antes do amanhecer correram para fora em uma noite de inverno fria, chuvosa e com neve, enquanto os prédios foram destruídos e fortes tremores secundários continuaram. Equipes de resgate e residentes em várias cidades procuraram por sobreviventes, trabalhando em emaranhados de metal e pilhas gigantes de concreto. Este é o maior terremoto na Turquia desde 17 de agosto de 1999, que causou 17 mil mortes, mil delas em Istambul. Segundo o presidente Recep Tayyip Erdogan é o maior desastre desde 1939: “É o segundo mais forte, desde o terremoto de Erzincan, de 1939. Segundo as últimas avaliações, é de 7,7 (graus na escala Richter). Há graves danos também nas áreas vizinhas da Síria”, afirmou o chefe de Estado.
No lado sírio da fronteira, o terremoto destruiu regiões controladas pela oposição que abrigam cerca de 4 milhões de pessoas deslocadas de outras partes da Síria pela longa guerra civil do país. Muitos deles vivem em prédios que já foram destruídos por bombardeios anteriores. Centenas de famílias permanecem presas nos escombros, disse a organização de emergência da oposição, chamada Capacetes Brancos, em um comunicado. Instalações de saúde e hospitais sobrecarregados ficaram rapidamente cheios de feridos, disseram equipes de resgate.
O terremoto, sentido até no Cairo, atingiu uma região que foi moldada por mais de uma década de guerra civil na Síria. Milhões de refugiados sírios vivem na Turquia. A faixa da Síria afetada pelo terremoto está dividida entre o território controlado pelo governo e o último enclave do país controlado pela oposição, que é cercado por forças do governo apoiadas pela Rússia. O terremoto foi centrado a cerca de 90 quilômetros da fronteira com a Síria, fora da cidade de Gaziantep, uma importante capital provincial turca. Pelo menos 21 tremores secundários se seguiram, algumas horas depois durante o dia, o mais forte medindo 7,5 disseram autoridades turcas. Por questões de segurança, o gás foi cortado em toda a região, devido a tremores secundários que poderiam gerar explosões.
O presidente turco disse no Twitter que “equipes de busca e resgate foram enviadas imediatamente” para as áreas atingidas pelo terremoto. “Esperamos superar esse desastre juntos o mais rápido possível e com o mínimo de danos”, escreveu ele. No Twitter, Stephen Hicks, pesquisador em sismologia do Imperial College London, escreveu que o terremoto é um dos maiores já registrados: “Este evento ficará para a história. Um dos maiores terremotos registrados instrumentalmente para atingir diretamente uma área povoada”.
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