O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou cortar o trecho de uma entrevista do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, usado na propaganda eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) veiculado na televisão nesta quarta-feira, 19. No trecho cortado, o magistrado dizia que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi inocentado. No lugar da fala, foi exibido um QR Code que levava ao canal do TSE no Whatsapp. O corte de cerca de 8 segundos também continha uma mensagem abaixo do código, que avisava que a suspensão se deu por uma questão de infração eleitoral. O pedido para retirada das falas do ex-ministro foi apresentado pela campanha de Lula e a defesa do petista argumenta que essa propaganda pode levar o eleitor a crer que o ex-presidente não é inocente. No dia 12 de outubro, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino tinha suspendido na íntegra a veiculação de um vídeo da campanha de Bolsonaro que chamava Lula de “ladrão” e de “corrupto”. Parte dessa propaganda seria usada novamente nesta quarta. Na decisão, o ministro afirma que a ilegalidade da propaganda impugnada “encontra-se na utilização das expressões ‘corrupto’ e ‘ladrão’, atribuídas abusivamente ao candidato da coligação representante em violação à presunção de inocência”. O TSE já tomou dezenas de decisões relacionadas a fake news na corrida eleitoral. A campanha de Lula é a que mais acionou a corte para retirar esse tipo de conteúdo do ar.
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