Em audiência no Senado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a dizer que o Governo Federal respeita as exceções à proibição do aborto. “O governo do presidente Bolsonaro é contra o aborto. Respeita as exceções da lei, mas a defesa da vida é intransigente. E não há defesa da vida do concepto sem defesa da vida da mãe”, afirmou Queiroga. Os parlamentares questionaram Queiroga sobre o desmonte da Rede Cegonha, que ampliou a assistência ao parto humanizado visando diminuir a mortalidade materna. O governo criou no lugar a rede do acolhimento materno-infantil e vem desativando os centros de parto normal. Queiroga disse que a pasta entende que esses lugares não devem ser estimulados. “Esse centro funciona em um ambiente hospitalar. Ele não é dissociado do ambiente hospitalar. Tem um aqui em Brasília que, pelo que eu ouvi de notícia, há o interesse em desativar. No Rio de Janeiro tem um centro que realiza 1 parto por dia. Porque? Porque as pessoas buscam as maternidades”afirmou o ministro.
Queiroga também voltou a defender a episiotomia, procedimento que consiste em um corte no períneo da mulher para ampliar o local de passagem do bebê, prática não recomendada por especialista. “Nenhum profissional de saúde vai tratar de maneira desumana o seu semelhante que chega lá. Por exemplo, episiotomia. Ontem eu fui na Câmara dos Deputados e (falaram que) ‘é uma violência obstétrica terrível’. Bom, quem vai decidir se vai fazer é o médico. Não pode ser uma conduta sistemática, mas não posso tirar a autonomia do médico de adotar uma situação como essa”, concluiu o ministro. Em maio, o Ministério Público pediu que o Tribunal de Contas da União investigasse o Ministério da Saúde pelo lançamento da caderneta da gestante, documento que defende a episiotomia e diz que não há aborto legalizado. A legislação permite que a gestação seja interrompida em alguns casos específicos, como estupro e se a gravidez coloca em risco a vida da mãe.
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