O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, acredita que ainda não há motivo para pautar a abertura do impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, as pessoas precisam aprender a discutir esse assunto com mais seriedade. “Impeachment não é feito pelo presidente da Câmara. É uma construção de circunstâncias e fatores que levam a isso. Não podemos institucionalizar o impeachment no Brasil. A gente tem que aprender a discutir esse assunto com muita seriedade. O Brasil não pode se instabilizar politicamente a cada presidente eleito. Neste momento, não há nada que justifique, por parte da presidência da Câmara, a abertura do processo de impeachment.”
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta terça-feira (6), Arthur Lira afirmou que as eleições já são feitas de quatro em quatro anos para a escolha de um novo presidente em caso de descontentamento. O parlamentar também disse que o trabalho da CPI da Covid-19 está sendo feito, depoimentos estão sendo colhidos e investigados. “Neste momento, a presidência da Câmara, que tem o papel de atuar com imparcialidade, vai esperar o desenrolar dos acontecimentos.” Lira também comentou as polêmicas em torno da proposta de reforma tributária apresentada e que dividiu opiniões no mercado e setores produtivos. De acordo com ele, já era esperado que a temperatura se elevasse nesta etapa da discussão.
“Não devemos nos colocar intransigentes em relação ao texto que chega. A ideia é boa, conceito é bom, mas às vezes a gente erra na dosagem e isso pode gerar distorções. Ele chegou e vai ser debatido. Não teremos aumento de carga tributária. Pelo contrario, vamos trabalhar para que a reforma seja neutra, sem a sanha arrecadatória da receita.” Ele ressaltou que um Projeto de Lei, muitas vezes, é feito por várias mãos e pode chegar para discussão com disparidades — e o Congresso tem obrigação de corrigir, de forma que as mudanças promovam a desburocratização e a simplificação. Ainda em entrevista à Jovem Pan, o presidente da Câmara falou sobre o projeto de privatização dos Correios, que deve ter o relatório finalizado nesta terça-feira, e do voto impresso.
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