A luta de José Leôncio para conviver com o filho e a lenda de que Juma vira uma onça conquistou os brasileiros em 1990, ano em que a versão original de “Pantanal” foi exibida na extinta TV Manchete. O sucesso da trama de Benedito Ruy Barbosa se repete no remake escrito por Bruno Luperi e tem garantido bons números de audiência no horário nobre da Globo. Procurada, a emissora informou que “Pantanal” registrou em São Paulo e no Rio de Janeiro “a maior audiência semanal de novela das nove desde a última semana de Império”, em novembro de 2021. Além disso, a novela tem marcado presença nas redes sociais e, frequentemente, fica entre os assuntos mais comentados do Twitter durante sua exibição. A repercussão está tão boa que a Globo já estaria estudando produzir remakes de outras novelas que marcaram a teledramaturgia brasileira, como “O Rei do Gado”. Após mais de 30 anos, “Pantanal” precisou sofrer algumas alterações, mas a essência da história e dos seus personagens permanecem intactas na nova versão. A questão que fica é: como uma trama já conhecida pode voltar a fazer tanto sucesso nos dias atuais?
“Pantanal” é uma novela que marcou época e a carreira de atores como Cristiana Oliveira, que até hoje é lembrada por interpretar Juma Marruá. Apostar em uma nova versão de uma trama já tão conhecida e que já foi exibida há mais de três décadas foi um dos acertos da Globo. Isso porque a novela atrai o público que assistiu a primeira versão de “Pantanal”, causando uma sensação de nostalgia e, de quebra, apresenta a história de Benedito Ruy Barbosa aos telespectadores que nasceram depois de 1990 e ainda não conhecem esses icônicos personagens.
Quando o remake foi anunciado, muito se especulou sobre quem interpretaria Juma, entretanto, não foi só a protagonista da segunda fase da novela que foi escolhida a dedo para estar nessa nova versão. Um dos destaques da primeira fase da trama foi Juliana Paes, intérprete de Maria Marruá, mãe de Juma. Segundo dados divulgados pelo Twitter, a atriz foi a mais citada na rede social durante a primeira etapa da novela, que durou pouco mais de duas semanas. Outra artista que se destacou nesse período foi Bruna Linzmeyer, que dá vida a Madeleine, personagem que na segunda fase é interpretada por Karine Teles. A expectativa também é grande para ver Silvero Pereira na pele de Zaquieu. O ator não apareceu na primeira fase da novela, mas já está bombando nas redes sociais. Em menos de um mês no ar, o remake já está entre as cinco novelas mais comentadas no Twitter pelos brasileiros durante o primeiro trimestre do ano.
Como a maioria das novelas se passam no Rio de Janeiro ou em São Paulo, levar o público para o Pantanal é, sem dúvidas, um outro diferencial dessa produção. Assim como na versão original, os cenários e passagens de cena da novela costumam mostrar as belezas naturais da região, algo que encanta o telespectador e torna o Pantanal um dos protagonistas da trama. Uma curiosidade é que o remake foi gravado no mesmo local da primeira versão, no Mato Grosso do Sul, e a fazenda em que se passa boa parte da novela é atualmente de Almir Sater. O cantor participou da versão original da trama como o peão Trindade e comprou as terras assim que as gravações terminaram, há 30 anos. O artista também está no elenco da atual versão de “Pantanal”, só que desta vez como o chalaneiro Eugênio.
Depois de matar um dos homens que tirou a vida do seu marido, Maria Marruá joga o corpo no rio para as piranhas comerem. Parece macabro, mas “Pantanal” é uma trama leve, pois foca em conflitos familiares e amorosos. O grande dilema de José Leôncio (Renato Góes/Marcos Palmeira), por exemplo, é não poder conviver com o filho. Já Madeleine nutre um amor pelo peão, mas não se adapta à sua vida no Pantanal e volta para o Rio de Janeiro. Em outro núcleo, Maria é uma mulher sofrida que perdeu seus três filhos e o marido por desavenças relacionadas a disputas de terras e se torna agressiva para proteger a filha. A segunda fase tem como foco a história de amor entre Jove (Jesuíta Barbosa), um rapaz criado no Rio de Janeiro que decide ficar no Pantanal ao conhecer Juma (Alanis Guillen), vista na região como uma jovem selvagem.
Outro grande atrativo da trama são as lendas que rondam a história. Uma delas é a de que Juma pode se transformar em uma onça. Os rumores começam depois que Gil (Enrique Diaz) espalha pela vizinhança que sua mulher, Maria, virou uma onça para salvar Juma, ainda bebê, de uma cobra. A lenda, no entanto, começa antes disso, quando Maria se conecta pelo olhar com o animal para salvar Gil, que não consegue atirar na onça por ver que ela estava com seus filhotes. Anos depois, Maria é assassinada e, ao jurar vingança, Juma diz que, assim como a mãe, também irá se transformar em onça. O Velho do Rio (Osmar Prado) é outra lenda presente na história. Ele é apresentado como uma entidade que protege o Pantanal e pode ser visto na forma humana ou como uma cobra. Ele, na verdade, é Joventino, pai de José Leôncio, que desaparece no início da novela.
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