Amapá, Piauí, Rondônia e Pará tinham menos de 30% dos seus domicílios urbanos conectados à rede de esgoto em 2022. Os dados são da divisão de Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o instituto, o percentual médio de domicílios ligados à rede de esgotamento sanitário aumentou de 68,2% para 69,5% entre 2019 e 2022.
Os quatro estados com o pior resultado estão muito abaixo dessa média:
Amapá: 23,1%
Piauí: 23,3%
Rondônia: 27,3%
Pará, 28%.
a ponta oposta, com a melhor performance de saneamento estão:
São Paulo: 96,4%;
Distrito Federal: 94,1%;
Minas Gerais:92,3%;
Rio de Janeiro: 90,6%.
Segundo o IBGE, o Brasil possuía no ano passado 74,1 milhões de domicílios particulares permanentes, sendo 85% (ou 63 milhões) de casas e 14,9% (ou 11 milhões) de apartamentos.
Condições de saneamento
Do total de domicílios, 64,8 milhões são urbanos. Destes, 78% tinham esgotamento sanitário por rede geral coletora. Ainda do total, 99,5% tinham água canalizada e 95,1% tinham acesso à rede geral de abastecimento de água.
Já os domicílios rurais, que totalizaram 9,4 milhões em todo o país, 40,2% tinham fossa séptica não ligada a rede, e 50,5% contavam com outro tipo de esgotamento em 2022. Os percentuais de água canalizada e acesso à rede de abastecimento são 88,2% e 38,9%, respectivamente.
A proporção de domicílios com esgotamento sanitário por rede coletora ficou em 69,5% no ano de 2022, um aumento de 1,3 ponto percentual em relação à mesma pesquisa realizada três anos antes. Norte (31,1%) e o Nordeste (50,1%) são as regiões do país com menor acesso — mas, o IBGE destaca que, pela primeira vez, o Nordeste chegou à marca de ter metade dos seus domicílios ligados à rede geral de esgoto.
Por fim, 14,1% dos domicílios brasileiros ainda recorriam às fossas rudimentares ou a outras formas inadequadas de lançamento do esgoto, como o despejo em valas, rios ou mar.
Rede geral de água
A média geral de acesso à água quase não se alterou no país, segundo o IBGE. No ano passado, 85,5% dos domicílios brasileiros estavam ligados à rede de distribuição de água. Em 2016, eram 85,8%.
O maior percentual de abastecimento está na região Sudeste, que chega a ter 91,8% de acesso à rede geral de água. O Norte tem o menor percentual, com 60%.
Entre as Unidades da Federação que tinham a rede geral como principal forma de abastecimento e com disponibilidade diária de água em 2022, o Distrito Federal tem o maior acesso (97,7%), enquanto Pernambuco tem o menor (42,9%).
"Em 2022, cerca de 9% (ou 6,4 milhões) dos domicílios do país que tinham a rede geral como principal forma de abastecimento de água não dispunham de fornecimento diário de água, e 3,6 milhões desses domicílios estavam no Nordeste", diz o IBGE.
Energia elétrica
A energia elétrica está praticamente universalizada no Brasil, segundo o IBGE. A cobertura chegava a 99,8% dos domicílios do país em 2022, pela rede geral ou por fonte alternativa.
"A cobertura de energia elétrica era elevada, tanto em áreas urbanas (99,9%) quanto rurais (99%). Em 99,4% dos domicílios (73,7 milhões) a energia elétrica vinha da rede geral e a sua disponibilidade era em tempo integral em 98,7% dos casos (72,7 milhões de domicílios)", diz o instituto.
Nas áreas rurais, o percentual é mais baixo (97,3%), com pior desempenho nas áreas rurais da região Norte (85%).
Coleta de lixo
A pesquisa do IBGE mostra que 86% dos domicílios do país são atendidos por coleta de lixo feita diretamente por serviços de limpeza. Em 2016, eram 82,7%, o que significa que a cobertura aumento para 8,2 milhões de domicílios no período.
Dentre os domicílios urbanos, a coleta por serviços de limpeza chega a 93,8%. O Nordeste era a única grande região com menos de 90%.
"Apesar desse crescimento, o lixo ainda era queimado (na propriedade) em um número considerável de domicílios do país em 2022. Isso ocorria sobretudo nas áreas rurais, onde mais da metade dos domicílios tinham como principal destino dado ao lixo a queima na propriedade", diz Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa.
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