O número de fumantes em Alagoas acima dos 18 anos caiu 6.5% em 2017, quando comparado a 2016, onde o índice ficou em 7.1% É o que aponta os dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônica por Inquérito Telefônico (Vigitel), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. A pesquisa foi feita por telefone nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, e contou com 53.034 entrevistas.
Para a coordenadora do Programa de Controle e Combate ao Tabagismo da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Vetrúcia Teixeira, uma das medidas que ajudaram para a redução no número de fumantes, foram as capacitações que estão sendo feitas pela pasta, dedicadas aos profissionais nos municípios alagoanos. Isso porque, por meio delas, os técnicos estão ajudando aos interessados em se livrar da dependência química do cigarro, seja por meio de terapia cognitiva comportamental ou apoio medicamentoso.
“O objetivo é prevenir a iniciação do tabagismo, promover a cessação de fumar e, sobretudo, proteger a população da exposição à fumaça ambiental do tabaco. As atividades também têm por finalidade capacitar os participantes a serem multiplicadores do programa em suas respectivas áreas de saúde”, afirmou.
Contudo, a coordenadora do Programa de Controle e Combate ao Tabagismo da Sesau é taxativa: “O fumo é reconhecido pela OMS [Organização Mundial de Saúde] como o maior agente causador de doenças no mundo. Diversos tipos de câncer têm seu risco aumentado pelo cigarro, como os tumores de bexiga, boca, laringe, esôfago, rins, pâncreas, intestino e próstata”, exemplifica.
Além desses tipos de câncer, doenças frequentes na população surgem mais facilmente em fumantes. “No sistema cardiovascular, o cigarro atua promovendo a doença arterial coronariana; no cérebro, é fator de risco importante para o AVC [Acidente Vascular Cerebral]; e no sistema vascular periférico, pode provocar a Insuficiência Vascular Periférica — só para citarmos algumas doenças de alta morbi-mortalidade”, completou Vetrúcia Teixeira.
Só no ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 39 milhões de reais com internações relacionadas ao tabaco e R$ 25 milhões por doenças cardíacas, em pessoas com faixa-etária de 30 a 69 anos de idade. Segundo Vetrúcia Teixeira, isso aconteceu porque o cigarro é um dos principais responsáveis pela doença arterial coronária e o risco apenas aumenta conforme o número de cigarros que as pessoas fumam diariamente.
Diante de tudo isso, é consenso entre os especialistas que o melhor remédio para evitar todas essas complicações é ficar longe do cigarro, que pode ser ruim tanto para os que fumam quanto para quem não tem o vício, mas inala a fumaça. Vetrúcia Teixeira diz que, para aqueles que já são viciados, as alternativas para parar de fumar são muitas e variam individualmente. “Mas, primeiro, é preciso que ela conheça sua dependência para que possa se proteger e criar estratégias de se livrar".
Atendimentos
O Programa de Controle e Combate ao Tabagismo da Sesau visa à prevenção na população através de ações que estimulem a adoção de comportamentos e estilos de vida saudáveis e que contribuam para a redução da incidência e mortalidade por câncer e doenças tabaco-relacionadas no Estado. Ao todo, 20 municípios alagoanos realizam o tratamento de fumantes.
Na capital, os locais para a terapia são o Hospital Universitário (HU), Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e 2º Centro de Saúde. Já no interior, os atendimentos ocorrem em Teotônio Vilela, Palmeira dos Índios, Junqueiro, Paulo Jacinto, Coruripe, Campo Grande, Messias, Pilar, Arapiraca, Belém, Coruripe, Palestina, Murici, Craíbas, Pão de Açúcar, Jacaré dos Homens, São Sebastião, Taquarana e Piaçabuçu, por meio dos Núcleos de Combate ao Tabagismo.
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