O abate de um porco a machadadas, no meio da rua e sem nenhuma condição sanitária foi registrado por vídeos que começaram a circular nas redes sociais no começo desta semana. O caso ocorreu no município de Inhapi, Sertão de Alagoas, na rua Presidente Getúlio Vargas.
As crianças que aparecem nos vídeos teriam 13 e 14 anos e a mãe delas é a mulher que está sentada na calçada, acompanhando tudo, aparentemente embriagada e com uma garrafa de cachaça ao lado.
Em um dos vídeos, um jovem utiliza um machado e golpeia o animal, que já estava se debatendo no chão, pelo menos duas vezes. O sangue mancha os paralelepípedos da rua, enquanto outras pessoas acompanham a cena.
Nas imagens, também é possível perceber que um caldeirão está sobre um fogo de lenha, também no chão, provavelmente com água fervente que seria usada para retirar o pelo do animal, tarefa que já estava sendo feita por uma das crianças que manuseava uma faca.
A Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que ainda não tinha conhecimento do caso. Após assistirem aos vídeos, técnicos da agência informaram as principais irregularidades da situação: o abate ocorreu com a ausência total de condições higiênico-sanitárias; sem instrumentos e estrutura específicos; na ausência de um fiscal médico veterinário para acompanhamento do abate e inspeção tanto dos animais ainda vivos como também das carcaças e vísceras; não utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); atordoamento realizado inadequadamente com machado; não realização de jejum hídrico do animal; não emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA), entre outras irregularidades.
Ainda segundo a Adeal informou, em casos como esse pode haver a apreensão e incineração da carcaça e emissão de auto de infração no valor de R$ 7.500,00, em atendimento à legislação sanitária. “Existem também penalidades relativas aos crimes ambientais e contra a saúde pública, mas cabe aos órgãos responsáveis tal avaliação”, informou a nota da agência.
Sobre os riscos para quem se alimentou da carne desse animal, a nota da Adeal cita os seguintes: “as pessoas que consumiram a carne desse animal podem desenvolver algumas zoonoses (tuberculose, por exemplo), além de outras doenças transmissíveis por alimentos (listeriose, salmonelose, cisticercose, clostridiose, vibriose, entre outras), além de toxinfecção alimentar ocasiona”.
Assista ao vídeo:
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