Aos 20 anos, Lucas Pereira, estudante da Escola Estadual Constança de Goes Monteiro, tem chamado a atenção na pequena cidade de Major Izidoro, Sertão de Alagoas, por sua habilidade precoce e pelos traços realistas de seus desenhos.
Uma das obras do artista autodidata ilustra a capa do Almanaque 200 Anos do mês de abril, que homenageou o poeta Jorge de Lima. O poeta aparece na capa da publicação traçado com precisão e o uso criativo e combinado do preto e branco, que são a marca do artista que buscou, ao longo dos anos, valorizar as expressões faciais do rosto humano.
Em seus desenhos, Lucas Pereira utiliza papel, lápis e borracha, material considerado comum para quem desenha com tanta precisão. Mas de acordo com o artista, o material utilizado é o que menos importa.
“Quem faz a obra não é o material, e sim o artista”.
Trajetória
Filho mais velho de Quitéria Pereira dos Santos e José Cícero França da Silva, Lucas pratica suas habilidades desde os oito anos de idade quando reproduzia os primeiros desenhos animados assistidos na televisão.
A diretora da Escola Estadual Constança de Goes Monteiro, Edna Ribeiro Leite, lembra que o talento de Lucas foi descoberto quando os professores pediam trabalhos que envolvia artes. Ao fazer um painel com escravos para a escola, ele ficou famoso no meio dos estudantes. “Queria que ele fizesse faculdade para se aprimorar nessa arte e ter um futuro estável”, diz.
Foi a partir daí que surgiram os primeiros trabalhos em Major Izidoro, sua cidade natal. Ele fez letreiros e desenhos nos muros por todo município.
Desde então, é reconhecido em sua cidade e fora dela, sendo convidado inclusive para expor seu trabalho em Portugal. “Devido a minha condição financeira e falta de apoio não consegui ir”, lamenta.´Com o passar do tempo, no início da adolescência, passou a se interessar por retratos realistas e desde então estuda através de vídeos do Youtube as técnicas de desenhistas profissionais. Ele também fala com artistas profissionais por meio do Facebook para aprimorar suas técnicas.
O jovem lembra que quando viu os desenhos profissionais, parou de desenhar durante um ano por acreditar que não era tão talentoso quanto diziam. “Não existe arte melhor, existe arte”, afirma.
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