O sonho de um ex-vaqueiro e ex-ajudante de pedreiro do Sertão de Alagoas que se tornou militar do Exército Brasileiro atingiu um dos pontos mais importantes neste mês de dezembro: o cabo Eraldo Silva da Paz, natural de Monteirópolis, embarcou para uma Missão de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, país da América Central cuja população tem a vida marcada por desastres naturais, doenças, violência urbana e situação de miserabilidade.
Eraldo Silva da Paz, que está há cinco anos no Exército servindo ao 59º Batalhão de Infantaria Motorizado de Maceió, embarcou para o Haiti no dia 5 de dezembro. Deve ficar lá, pelo menos, por seis meses.
Da cidade de Cité Soleil, nos arredores da capital Porto Príncipe, no Haiti, Eraldo manteve contato, com exclusividade, com a reportagem do Correio Notícia. Ele disse que lá faz trabalho de patrulhamento, tira serviço na base, dirige caminhão e faz a segurança durante ações de ajuda comunitária. Uma de suas primeiras impressões foi sobre o trânsito da localidade, que ele definiu como um “caos”.
Para participar dessa missão, além de uma rigorosa seleção à qual foi submetido, Eraldo e os outros 25 militares de infantaria realizaram uma intensa rotina de treinamentos, sendo: instruções sobre o funcionamento das missões de paz da ONU; proteção da criança e de pessoas em situação de vulnerabilidade; regras de engajamento; e outras específicas para esse tipo de missão.
O contingente de militares que embarcaram de Maceió para a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti é composto também por uma Capitã Médica e uma Sargento de Saúde.
No Exército desde 2011, onde ingressou aos 20 anos de idade, Eraldo Silva da Paz já participou de missão de pacificação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro; missão durante a greve da Polícia Militar em Salvador; missão de auxílio ao Ibama no estado do Maranhão; e missão na cidade de Ilhéus, no estado da Bahia.
Reconhecimento pelo Exército
Na instituição, onde ele ingressou como recruta ao fazer o alistamento militar, Eraldo, já disciplinado pelo trabalho duro no campo e na construção civil, chegou a ser reconhecido como “melhor aptidão física do ano” e, depois, “praça mais distinta do ano”, reconhecimentos que para ele são motivo de orgulho.
De recruta, ele passou para soldado. Em seguida, fez um curso para cabo, do qual participaram 60 interessados. Ao final, apenas 48 se formaram, entre eles Eraldo, que ficou na quarta colocação. “Na instituição, aprendi que não há limites para o homem”, declarou o jovem que, além de carregar “Paz” no próprio nome, tem agora como missão garantir a paz aos haitianos.
Eraldo da Paz, ao centro, com a tropa que faz o patrulhamento da cidade de Cité Soleil, nos arredores da capital Porto Príncipe, no Haiti |
Utilize o formulário abaixo para comentar.