O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) emitiu uma nota pública, nesta terça-feira (11), na qual alerta moradores ribeirinhos e gestores públicos para o risco de inundações que poderão ser causadas pelo aumento da vazão na represa de Xingó, entre Alagoas e Sergipe, a partir desta quarta-feira (12).
O aumento será gradativo, porém, em intervalos de apenas dois dias entre um e outro. Vai começar em 1.000 metros cúbicos por segundo e deverá chegar a 4.000 metros cúbicos por segundo no próximo dia 24. Uma vazão com esse volume não era praticada desde 2009.
A elevação da vazão em Xingó, ou seja, da água que é liberada pela represa para seguir pelo rio em direção aos municípios da parte mais baixa até chegar ao mar, é decorrência da elevação da vazão na represa de Sobradinho (BA), que recebeu mais água devido às chuvas das últimas semanas na região da bacia hidrográfica do rio.
As barragens são operadas pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), mas ela não decide sozinha pela elevação ou redução da vazão. A decisão conta com a participação de outros órgãos, como o Operador Nacional do Sistema (ONS) e a Agência Nacional de Água e Saneamento Básico (ANA), todos pertencentes ao governo federal.
“O CBHSF orienta a população ribeirinha a não ocupar o leito do rio São Francisco, bem como suas ilhas, visto que vazão como essa só foi observada no ano de 2009, época em que as condições da calha do rio eram completamente diferentes”, diz trecho da nota do Comitê da Bacia Hidrográfica.
“Os municípios da calha do rio São Francisco nas regiões do Submédio e Baixo São Francisco, devem imediatamente realizar um plano de emergência junto a defesa civil e outros órgãos para minimizar os danos às populações que poderão ser atingidas”, alerta o Comitê em outro trecho da nota, que pode ser conferida na íntegra abaixo.
NOTA PÚBLICA SOBRE CHEIAS NO SÃO FRANCISCO
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), neste ato representado pelo seu presidente alerta sobre a operação de vazões em Sobradinho e Xingó, alerta para a possibilidade de cheias na bacia. De acordo com informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), através da Carta Circular nº 004/2022, as vazões defluentes serão elevadas de forma gradual nos dois barramentos até alcançar 4.000 m3/s, conforme tabela abaixo.
O CBHSF orienta a população ribeirinha a não ocupar o leito do rio São Francisco, bem como suas ilhas visto que vazão como essa só foi observada no ano de 2009, época em que as condições da calha do rio eram completamente diferentes.
Os municípios da calha do rio São Francisco nas regiões do Submédio e Baixo São Francisco, devem imediatamente realizar um plano de emergência junto a defesa civil e outros órgãos para minimizar os danos às populações que poderão ser atingidas.
O Comitê participará de reuniões da sala de situação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), CHESF, ONS e demais órgãos para manter a sociedade informada sobre a situação hidrológica dos próximos dias.
Penedo, 11 de janeiro de 2022
José Maciel Nunes de Oliveira
Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco
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