Na tarde desta sexta-feira (22), por volta das 16h20, uma moradora do povoado Alto Novo, em Delmiro Gouveia, Sertão de Alagoas, acionou a ambulância do Distrito de Barragem Leste.
De acordo com ela, que preferiu não ter o nome divulgado, o filho de apenas oito meses passou mal e precisava ser levado a uma unidade hospitalar. Ainda de acordo com as informações repassadas, a criança havia vomitado mais de 16 vezes.
De acordo com um dos motoristas da Unidade de Saúde Rosália Campos de Souza, do Distrito de Barragem Leste, o horário dele já havia terminado. Ele informou que a Secretaria de Saúde determinou os casos prioritários em que a ambulância presta o atendimento.
“Assim, tem uma ordem com os casos que estão podendo ser encaminhados. Uma complicação danada. Não sou eu, sigo ordens. Se vocês quiserem falar com o motorista da noite, para ele levar, porque restringiu um monte de coisa”, disse o funcionário.
A vizinha da mulher que estava com o filho passando mal utilizou um grupo de WhatsApp para tentar viabilizar o transporte no povoado São José, tendo em vista que, no Distrito de Barragem Leste, não conseguiram a liberação do veículo. Porém, de acordo com ela, não obteve êxito.
“Gente, é uma criança de oito meses que está doente. Preciso do número de algum posto para tentar ambulância, ou de alguém que a gente possa conseguir o transporte”, relatou.
A reportagem do Correio Notícia entrou em contato com o secretário-adjunto de Saúde, Samir Sena, para saber o posicionamento da Secretaria sobre o caso. Ele informou que nas unidades foram implantadas algumas normativas em que as ambulâncias devem prestar o atendimento. Veja na imagem abaixo:
Samir também explicou que pode ter havido um "ruído" na comunicação entre a direção da unidade e o motorista. Disse que não existe nenhuma proibição ou negação da ambulância por parte do município. Ele se comprometeu a conversar com a enfermeira responsável para averiguar o caso.
Ressaltou ainda que não é mais possível aceitar, por exemplo, o transporte de pacientes para exames e consultas (exceto em caso de dificuldade motora), em detrimento ao serviço prioritário das ambulâncias.
Ainda de acordo com a família, eles conseguiram um carro particular e o bebê foi levado ao Hospital Municipal de Paulo Afonso, na Bahia. Até o fechamento desta matéria, não conseguimos contato para saber o estado de saúde da criança.
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