Centenas de peixes agonizavam sem oxigênio na lagoa que fica na entrada da cidade de São José da Tapera, no Sertão de Alagoas, na manhã desta sexta-feira (3). A situação foi gravada por moradores do entorno do manancial e os vídeos foram publicados em redes sociais e aplicativos de troca de mensagens (confira ao final do texto).
Não foi a primeira vez que isso aconteceu no local. Peixes já morreram em outras ocasiões semelhantes na mesma lagoa, devido à falta de oxigênio causada pela poluição da água e agravada pelo aumento das temperaturas.
De acordo com o diretor de Meio Ambiente da Prefeitura de São José da Tapera, Thiago Santos Gomes, a gestão municipal trabalha em duas frentes de atuação para sanar esse tipo de situação que eventualmente acomete a lagoa.
Uma delas tem fins paliativos e trata-se do uso de probióticos e de aeradores. A outra é um projeto estrutural de limpeza e desvio dos esgotos domésticos lançados diretamente na lagoa, além do projeto de implantação de um sistema de esgotamento sanitário em toda a cidade, com recursos da Funasa, o qual já teve as obras iniciadas, porém, nunca foi concluído e se arrasta há cerca de 10 anos.
Já nesta sexta-feira (3), segundo o diretor Thiago Gomes, tão logo soube da situação dos peixes agonizando, a prefeitura reforçou o uso dos probióticos, que são micro-organismos vivos que ajudam a reduzir o fósforo em excesso e a estabilizar o pH da água, além de reduzir a carga orgânica, o que favorece a vida aquática, ou seja, os peixes e outros seres que vivem no manancial. Essa medida, conforme ele explicou, evita a morte dos peixes.
A equipe de Meio Ambiente também reforçou o uso de aeradores mecânicos, os quais, por sua vez, proporcionam turbulências necessárias para que o oxigênio contido na atmosfera adentre ao meio líquido. Ou seja, eles captam o oxigênio do ar e aplicam na água, de onde ele é retirado pelos peixes.
“Isso garante, assim, oxigenação para os microrganismos que estão na lagoa e previne as condições de aparecimento de águas negras e mal cheirosas que têm origem no fundo da lagoa. A aeração remove o mau cheiro de gás sulfídrico e transforma a qualidade da água, tornando-a apta para vida aquática”, esclareceu Thiago Gomes.
A respeito do projeto de intervenção para uma solução definitiva, o diretor explicou que já foram iniciados os trabalhos de topografia, e esse projeto vai incluir a recuperação das margens da lagoa e uma despoluição completa do manancial, tornando-o abastecido somente com água da chuva. A iniciativa conta com a parceria do Consórcio para o Desenvolvimento da Região do Ipanema (Condri) e tem o acompanhamento do Ministério Público Estadual (MPE). Porém, ainda não há um prazo exato para conclusão dessas ações.
Em relação aos peixes mortos pela falta de oxigênio nesta sexta-feira, ele explicou que serão todos recolhidos por uma equipe da prefeitura.
Confira abaixo os vídeos feitos pelo morador Adriano Bezerra:
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