O Dia Mundial de Combate à Desertificação é comemorado nesta sexta-feira (17) pela Organização das Nações Unidas (ONU) e órgãos de defesa do meio ambiente. Em Alagoas, esse é um problema que ameaça 65 municípios, sendo que 46 deles ficam na região do semiárido, onde predomina o bioma da caatinga, um dos mais degradados do Brasil.
Apesar da degradação de cerca de 80% de sua cobertura original e do processo de desertificação, a caatinga alagoana possui algumas áreas de preservação, onde vivem diversas espécies. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a caatinga abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 de abelhas.
Por outro lado, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) desenvolve algumas ações para tentar preservar o bioma da caatinga, reduzir as causas da desertificação, que têm no homem seu principal agente, e, ao mesmo tempo, educar, fiscalizar e punir quem infringe a lei e comete crimes ambientais.
Segundo o superintendente de Meio Ambiente da pasta, Matheus Gonzales, essas ações incluem: o diagnóstico de áreas prioritárias para preservação; o estímulo aos proprietários rurais para que preservem as áreas de nascentes e encostas; a recuperação das nascentes; a perfuração de poços para o abastecimento humano ou animal; a dessalinização dessa água oriunda do subsolo, quando necessário; a criação de um Plano de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca; a construção de barreiros; o Canal do Sertão; a Fiscalização Preventiva e Integrada (FPI) do São Francisco, em parceria com o Instituto do Meio Ambiente (IMA/AL) e outros órgãos; o estímulo à criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alerta sobre a degradação dos solos. “Os meios de vida e bem-estar de centenas de milhões de pessoas estão em jogo. Cerca de 800 milhões de pessoas estão cronicamente subnutridas como consequência direta da degradação do solo, da diminuição da fertilidade do solo, do uso insustentável da água, da seca e da perda de biodiversidade. Sem uma solução em longo prazo, a desertificação e a degradação dos solos não só afetará o fornecimento de comida, mas levará também a um aumento da migração e ameaçará a estabilidade de muitas nações e regiões”, destacou o secretário-geral, por meio de comunicado divulgado nesta sexta-feira (17).
Ao todo, 65 municípios alagoanos correm o risco de sofrer o processo de desertificação (Foto - Diego Barros) |
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