As cidades de Palestina e Olho d’Água das Flores, no Sertão de Alagoas, e Arapiraca, no Agreste, lideram em Alagoas a relação negativa onde mais foram registrados novos casos de coronavírus, levando em consideração a taxa de incidência da Covid-19 por 100 mil habitantes, conforme o município de residência.
Segundo o mais recente boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), divulgado nesta segunda-feira (2), em Palestina o número de casos subiu para 5,7 mil, em Olho d’Água já são 5,3 mil e em Arapiraca 5,2 mil.
Na contramão do crescimento de casos da doença, estão as também cidades sertanejas Olho d’Água do Casado, com 426, Inhapi com 407 e Canapi com 372 casos, isso é, esses são os municípios que têm os menores números de novos casos, segundo a taxa de incidência por 100 mil habitantes.
Médicos creditam o aumento dos casos a falta de compromisso dos municípios com o enfrentamento à Covid-19. Com a chegada das eleições, em Palestina, Olho d’Água das Flores e Arapiraca, carreatas, comícios e encontros políticos se tornaram frequentes, sem que nenhuma autoridade, entre elas o próprio Ministério Público, exija ou fiscalize o uso de máscaras ou o comprimento do distanciamento social.
Mas, se na política a aversão às medidas que evitem a doença são flagrantes, é no comércio que os desleixos são ainda maiores.
Em lojas no comércio de Olho d’Água das Flores, usar máscaras se tornou coisa do passado. Na maioria das farmácias e lanchonetes, onde o álcool gel é um item no canto de algum balcão, os funcionários alegam que a “doença acabou”. Na feira livre e nas ruas crianças e mulheres grávidas também abandonaram a proteção.
O mesmo acontece na sede da prefeitura e nas secretárias do município, onde a obrigatoriedade deu lugar ao descaso.
Nos sítios e povoados, onde a exigência sempre teve seus pontos divergentes e a fiscalização não acontecia, o não uso da máscara é atribuída ao aumento dos casos de assaltos e outras modalidades de crimes. Se tornou comum as pessoas afirmarem que não usam máscara para não serem confundidas com bandidos.
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