Com o agravamento do número de casos de Covid-19 no Estado e a regressão das fases do distanciamento social, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) reuniu o secretário Estadual da Educação Fábio Guedes e equipe, além da União dos Dirigentes de Secretários de Educação de Alagoas (Undime) e assessoria técnica para avaliar os protocolos e definir um cronograma de ação conjunto.
“Assim como a área da saúde, a educação também tem sofrido muito”, disse o presidente da AMA, o prefeito Hugo Wanderley, ao ressaltar que os municípios estão trabalhando para garantir as matrículas e o ensino a todos. O prefeito reconhece as dificuldades e, por essa razão, diz que os prefeitos precisam da parceria da Seduc para evitar regressão no aprendizado.
Fábio Guedes, secretário Estadual, diz que o debate é muito mais amplo que apenas retorno as aulas, porque há todo um calendário acadêmico a ser cumprido. Em 2020, quando explodiu a pandemia, Alagoas foi um dos estados que menos ficou sem aulas porque, rapidamente, governo e municípios criaram um modelo para garantir o ano escolar. Guedes destacou a importância da criação da portaria que define o regime de atividades não presenciais, estabelecimento do ano letivo e do continuum curricular, para unificação dos anos letivos 2020-2021. Para ele, o momento atual é crucial.
Em 2021, a nova preocupação é como estado e municípios conseguirão se preparar para as provas SAEB. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é um conjunto de avaliações externas em larga escala que permite ao Inep realizar um diagnóstico da educação básica brasileira e de fatores que podem interferir no desempenho do estudante. As médias de desempenho dos estudantes, apuradas no Saeb, juntamente com as taxas de aprovação, reprovação e abandono, apuradas no Censo Escolar, compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
O momento é de muitas incertezas, porque o MEC ainda não se posicionou sobre um possível adiamento da avaliação e a Secretaria Estadual de Educação anunciou algumas estratégias para que Estado e municípios continuem avançando no IDEB, mesmo os alunos, nesse momento, retornando as aulas no formato online.
As propostas, segundo o secretário executivo José Márcio, também estão sendo discutidas com o Ministério Público e o Sindicato dos Professores. Os alunos terão aulas online e através de atividades que serão distribuídas aos alunos. Também há possibilidade de alunos do ensino médio funcionarem como monitores para aulas de apoio, dentro dos protocolos de segurança. As medidas estão contidas no ciclo emergencial. Um estudo feito com a comunidade acadêmica.
O secretário executivo também destacou a construção do documento para definição de prioridades na retomada das aulas. O documento, concluído na última sexta-feira (5), já foi disponibilizado para os municípios e serve de base pedagógica para ajudar as secretarias na construção dos planos municipais.
O vice-presidente da UNDIME, Djalma Siqueira, disse os secretários estão aflitos com o momento. “O aumento dos casos alterou o cronograma e nossa orientação é a de que cada um tome sua decisão com a consciência do que está acontecendo no Estado”, frisou. Ele também diz que a prova SAEB é importante para que, cada município, avalia os estragos que a pandemia causou no ensino.
A AMA vai continuar o diálogo permanente com a Secretaria Estadual de Educação para avaliar, de acordo com o mapa epidemiológico, em qual momento as aulas possam volta a ser híbridas e depois presencial.
“Precisamos ter inteligência e criatividade para evitar a apatia das famílias, educadores e encontrar uma solução, fazendo estudo territorial da pandemia para redefinir as ações dos gestores”, definiu.
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