Três variedades de uvas melhoradas geneticamente foram colhidas em Piranhas, município do Sertão de Alagoas situado às margens do Rio São Francisco, no último final de semana (dias 17 e 18).
As frutas faziam parte de um parreiral plantado no campus do Instituto Federal de Alagoas (Ifal). O plantio ocorreu como uma experiência do Laboratório de Agrometeorologia e Irrigação, que usou variedades modificadas geneticamente para testar a adaptação ao clima semiárido.
A iniciativa vem sendo desenvolvida dentro do campus desde 2019. “Temos a Vitória, que uma uva preta de mesa e sem semente; a Itália, que é uma uva verde de mesa e com semente; e a Magna, que é uma uva industrial com semente e possui uma cor violácea e sabor aframboesado”, comenta o coordenador do projeto, Samuel Silva.
O professor do curso de Engenharia Agronômica e do Técnico em Agroecologia, da unidade, lembra que a ideia surgiu após algumas visitas técnicas à cidade de Petrolina, em Pernambuco. Elas foram realizadas com os alunos dos dois cursos, que logo depois tiveram contato com produtores que já apresentavam experiências no cultivo da uva no Sertão alagoano.
“Existem alguns produtores que cultivam uvas que são adaptadas ao clima semiárido, elas passaram por um processo de melhoramento genético que deram a ela a capacidade de resistir a altas temperaturas e altos níveis de insolação, além de serem mais produtivas”, explica o professor do campus.
Foi a partir dessas experiências que em 2018, o professor, em conjunto com os alunos, passou a pensar na viabilização de um parreiral na unidade. Os próprios alunos deram início à instalação do sistema de condução, plantio, poda, adubação, irrigação, até o beneficiamento com produção de suco e licor.
“Atualmente temos um projeto em andamento visando a fabricação de licor a partir das três variedades. Esse projeto será uma indicação para produtores da região agregarem valor ao produto e melhorarem o escoamento da produção. O envolvimento de agricultores será a próxima etapa quando cessar a pandemia”, planeja Samuel.
A experiência pode ser acompanhada no perfil do Laboratório de Agrometeorologia e Irrigação, no Instagram.
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