Um dos principais problemas da gestão do atual prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), são os investimentos realizados em mobilidade urbana, pois milhares de pessoas que não têm condição de pagar a passagem de ônibus, que é uma das mais caras do Nordeste (R$ 3,15), por isso se deslocam para o seu trabalho de bicicleta e com isso ficam vulneráveis a acidentes nas principais vias urbanas da capital.
Segundo Juliana Agra, membro da Ciclomobilidade (Associação de Ciclistas Urbanos de Maceió), existem atualmente apenas na capital 42 km de malha cicloviária, ou seja, 20% do necessário que é 200 km - sendo que a maior parte das ciclovias são na orla marítima, o que não beneficia muito o trabalhador. "Um dos principais problemas nas ciclovias existentes é o seu dimensionamento menor, o que vai de encontro à determinação da lei. Além disso, a descontinuidade da estrutura e a precariedade da estrutura física do local para a ciclomobilidade são graves problemas, assim como a pavimentação e a sinalização ruins, mesmo assim os veículos invadem esses espaços, devido à ausência de fiscalização da SMTT", pontuou.
Ainda segundo Agra, a Ciclomobilidade, conforme iniciativa da União dos Ciclistas do Brasil (UCB), está reivindicando atualmente que sejam construídas ciclovias na Via Expressa, Avenidas Durval de Goés Monteiro, no Tabuleiro do Martins, Siqueira Campos, no Trapiche da Barra, e Gustavo Paiva, entre os bairros de Cruz das Almas e Mangabeiras. "Por isso, solicitamos dos candidatos à prefeitura de Maceió e vereadores que firmassem um compromisso, em prol da melhoria das atuais ciclovias e seja realizada a expansão da malha cicloviária existente", afirmou.
Por fim, Agra disse que, segundo estudos da Ciclomobilidade, circulam das 5 às 20 horas nas Avenidas Fernandes Lima e Menino Marcelo (Via Expressa), cerca de 4 mil ciclistas sem infraestrutura adequada nessas importantes vias, sendo que a atual gestão construiu apenas 12 km de malha cicloviária, contudo, quando assumiu a prefeitura em 2013, o prefeito Rui Palmeira (PSDB) prometeu implantar 60 Km desse tipo de mobilidade.
CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE PÚBLICA
Conforme o cirurgião-geral do Hospital Geral do Estado (HGE), Dr Amauri Clemente, os acidentes de transito são a principal causa da lotação da área vermelha no Hospital Geral do Estado. ‘A maioria das lesões dos acidentes de trânsito são leves, onde as pessoas são atendidas logo e liberadas rapidamente, a exemplo de traumas nos membros superiores e inferiores (braços e pernas), além do crânio - em virtude da não utilização dos equipamentos de proteção, como o capacete.
Ainda segundo Clemente, a falta de investimentos contribuiu para o fortalecimento desse problema, assim como a desatenção do ciclista durante o percurso que está realizando.
RESPOSTAS DA SMTT
Conforme a Assessoria de Comunicação da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), a cidade de Maceió conta atualmente com 16 estruturas cicloviárias, sendo elas ciclovias e ciclofaixas. Somadas, essas estruturas totalizam 40 Km. Contudo, não dá para considerar as 16 ciclovias ou ciclofaixas como um sistema cicloviário de fato, pois são descontínuas e insuficientes diante da real necessidade dos ciclistas.
O mapa abaixo contém a localização e o tipo de estrutura cicloviária do que já existe na capital alagoana, com exceção da recém-inaugurada na Avenida Josepha de Mello.
Em curto prazo, a SMTT trabalha com projetos para a criação de mais 18, 25 km de ciclofaixas uni e bidirecionais em locais como as Avenidas Deputado José Lages, Gustavo Paiva, Comendador Leão, Siqueira Campos, Amélia Rosa e Empresário Nelson de Oliveira e nas ruas Araújo Bivar, Camaragibe e Lourival de Aguiar Pessoa.
Já em médio prazo, a SMTT prevê a implantação de 38,5 Km de ciclovias bidirecionais em consonância com projetos estruturantes do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) nas Avenidas Fernandes Lima e Durval de Goés Monteiro e do BRT na Avenida Menino Marcelo, dentre outras conexões importantes.
Utilize o formulário abaixo para comentar.