“É um motivo de muita alegria estarmos aqui para dar posse a esses adolescentes nesse comitê que vai ser uma instância para trabalhar próximo ao Conselho Estadual de Defesa das Crianças e Adolescente aqui em Alagoas. Isso significa que teremos os próprios jovens aprendendo, formando-se, capacitando-se para combater de forma mais rígida e mais efetiva a violência contra as crianças, jovens e adolescentes”, ressaltou o governador.

Os termos de posse do CPA foram assinados simbolicamente por Glória Maria dos Santos e Sebastião Constantino, representando os 22 integrantes do Comitê. Maria da Glória destacou a importância dos jovens participarem de todas as instâncias de decisão para garantir os direitos de crianças e adolescentes. “Os jovens devem estar à frente de todas as decisões que envolvam crianças e adolescentes”, afirmou Maria da Glória, que fez a entrega de uma fita ao governador, símbolo do combate à violência de crianças e adolescentes.

“Temos que cada vez mais consolidar políticas efetivas, construir mais creche, levar mais educação, mais suporte, mais amor, mais alimentação, mais informação para a sociedade como um todo, para que a gente diminua os números de violência contra a criança e o adolescente e combata com veemência esse tipo de crime”, disse enfaticamente o governador, lembrando que Alagoas e o Brasil têm números impressionantes e absurdos de violência contra crianças e adolescente.

De acordo com a secretária de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência, Aline Rodrigues, existe ainda muita subnotificação de casos de violência contra a criança e adolescente, porque muitas vezes as pessoas têm medo de denunciar. “No ano passado, tivemos cerca de mil casos informados de abuso e exploração sexual de crianças, que geram outros tipos de violência, como a física e psicológica, e esse número é muito amplo”, acredita a secretária.

“Esse ano já tivemos quase 400 casos de violação de direitos de crianças e adolescentes espalhados  em todo estado. Essa violência não tem cara nem rosto, não tem classe social e atinge todas as idades. O importante é que as pessoas não tenham medo de fazer essa denúncia”, conclamou a secretária.

Aline Rodrigues acrescentou que a proposta do governo é que o Dia 18 de maio de Combate à Violência e Abuso Sexual contra a Criança e o Adolescente seja lembrado todos os dias. “O governo vem forte, vem trabalhando essa transversalidade, envolvendo todas as secretarias nessa questão. Somos parceiros também da sociedade civil para criar uma rede de fato de proteção à criança”, acentuou Aline, citando que um exemplo dessa transversalidade é a formação para dois mil profissionais sobre combate à violência pela Secretaria de Estado da Educação. “Outras secretarias, como Saúde e Assistência Social, também  já desenvolvem ações permanentes para o combate à violência contra crianças e adolescentes”, observou Aline.

A secretária Extraordinária da Primeira Infância, Paula Dantas,  ressaltou que 51% dos casos de violência e abuso sexual acontecem com crianças de até 5 anos. “Por isso a gente precisa que essa capacitação dos profissionais de educação também atinja as creches. Temos também a Rede de Atenção a Violência (RAV) como parceria para a capacitação dos profissionais e também dos pais para que possam identificar os sinais de violência contra a criança e adolescente”, disse a secretária. “Então é importante que não só o governo, os municípios, mas a sociedade civil entendam que é preciso denunciar esses casos de violência contra  a criança. A denúncia é sigilosa e vocês podem salvar a vida da criança, que leva esse trauma para vida inteira”.

A secretária-chefe do Gabinete Civil, Roseane Vasconcellos, disse que o  combate à violência contra crianças e adolescentes não deve ser uma ação isolada, deve ser permanente e envolve todas as secretarias de Estado. “Todas as secretarias podem assumir dentro do seu espaço trabalhar contra violência de jovens e adolescentes”, defendeu a Roseane.

Durante o Dia D da Campanha “Todo dia é 18 de maio” houve também palestras com orientações sobre como se proteger de crimes sexuais no ambiente digital. O intuito é estimular a autoproteção de crianças e adolescentes contra a violência sexual no âmbito da internet, favorecendo, assim, o acesso seguro desses indivíduos às redes sociais e aos espaços virtuais de uma maneira geral.