A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) e o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) deram início, na última quarta-feira (10), ao projeto de preservação e conservação das espécies nativas mais utilizadas pelos artesãos da Ilha do Ferro, no município de Pão de Açúcar. Considerando a utilização da madeira na confecção das peças, a ação pretende estabelecer o manejo sustentável, adequando os profissionais artesãos aos procedimentos legais de utilização da matéria-prima.

Nesta primeira fase, foi realizado o levantamento e diagnóstico das principais espécies utilizadas no trabalho artesanal, além de mapear as especificidades do bioma, prioridades e os obstáculos encontrados pelos artesãos. As espécies que vão ser trabalhadas, inicialmente, são Mulungu e Craibeira, identificadas como as mais utilizadas na confecção das peças.

“Nosso objetivo primordial é garantir aos artesãos de que eles estão trabalhando com uma madeira de origem certificada, os adequando às leis, mas sem burocratizar o processo. Pretendemos estabelecer critérios de uso do material e criar uma situação interna no IMA para trabalhar a retirada para fins de artesanato”, explica o consultor Ambiental, Meraldo Rocha.

Atualmente, os artesãos utilizam, na confecção das peças, a madeira considerada “morta”, que são troncos antigos e já derrubados na natureza.

Como produto final da ação, deverá ser confeccionado um selo de certificação que comprove o manejo sustentável na produção das peças. Para o assessor técnico da Sedetur, Ulysses Salgueiro, a aplicação do selo agrega valor ao material e contribui para a singularidade e reconhecimento da produção.

“Os artesãos da Ilha do Ferro fazem um trabalho de alto valor cultural e artístico, com um alcance de mercado extremamente importante. Saber que por trás da peça final existe um trabalho de conscientização, que atenda aos critérios de sustentabilidade e preservação, tornará o produto ainda mais atrativo”, afirma Ulysses Salgueiro.

Povoado sustentável