O retorno às aulas presenciais, que nas escolas da rede pública estadual de Alagoas acontece no próximo dia 16, é motivo de muita preocupação diante dos casos de Covid-19 registrados em municípios alagoanos, principalmente agora com a confirmação da variante Delta.
Preocupados, diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), Núcleo de São José da Tapera, acompanhados de representantes da 8º Gerência Regional de Alagoas (8º GERE), do representante do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do representante da Câmara Municipal de Vereadores de Tapera, fizeram uma visita in loco em escolas das redes estadual e municipal, ocasião em que foram verificadas as condições dos prédios escolares para o retorno do alunado e trabalhadores da educação.
Na Escola Municipal Manoel Vieira Gadi, às margens da AL-220, a unidade foi adaptada para a nova realidade. Embora de pequeno porte, a escola ganhou pintura nova e alguns ajustes nas salas para receber os alunos, professores e demais servidores.
Durante a visita, o vereador Jairo Perete (PSD) indagou a existência de um bebedor coletivo, fora dos padrões e que compromete a saúde dos alunos. Em resposta, a direção da escola disse ao político que o município já adquiriu um outro equipamento, mas que estava guardado e só seria instalado próximo do retorno das aulas. Em São José da Tapera, as escolas municipais devem retornar no dia 30 de agosto.
Já na Escola Estadual Lucilo José Ribeiro, no Centro, os cuidados começam logo na chegada, com as instalações de pias para que antes de chegarem às salas de aula as crianças possam lavar as mãos. O gerente da 8º GERE, professor Edvaldo Barros, destacou o empenho dos servidores da escola para este retorno.
“Todo o protocolo de biossegurança foi planejado, discutido com todos e ainda fizemos simulações. Nossas escolas foram adaptadas para este novo momento. Os cuidados já começaram e serão ainda mais exigidos a partir do dia 16. Iremos manter visitas nas escolas e teremos mais contatos com os nossos estudantes para saber deles se todos os nossos protocolos estão sendo seguidos”, garantiu o professor.
Mas, na Escola Municipal Wellington Pinto Fontes, a situação é quase caótica. Com salas pequenas e sem ventilação, a unidade municipal pode não retornar às aulas no final do mês.
“É inadmissível. Uma escola que funciona pelo dia e à noite está sucateada. A maioria das salas tem janelas pequenas e a ventilação é muito precária, além do banheiro para os alunos ser inapropriado. A direção tem implorado para que o prefeito faça os consertos e as adaptações necessárias, e em resposta só se dá desprezo. Dinheiro tem, o que falta é compromisso com o certo”, falou o presidente do Sinteal/Núcleo de Tapera, professor José Márcio. Ele confirmou que foi feito um convite à Secretaria Municipal da Educação, mas ninguém compareceu.
Para o vereador Jairo Perete, se as aulas retornarem no final do mês na escola, todos correm risco de uma contaminação.
“É preciso que a sociedade saiba que nem todas as nossas escolas estão prontas para este reinício. Aqui no Wellington Pinto, que é uma escola antiga, se as aulas retornarem do jeito que está, vamos correr o risco de todos pegarem Covid. A direção já fez o máximo, agora é com o prefeito. Ou ele faz alguma coisa ou não iremos aceirar o retorno das aulas nessa escola. Não vamos aceitar nenhum jeitinho. Ou se faz ou aqui não tem aula”, desafiou o vereador.
O representante do Fundeb, professor Edno Lisboa, garantiu que com o retorno das aulas serão realizadas novas visitas às escolas em Tapera.
“Vamos voltar, porque precisamos fazer essas visitas às escolas de Tapera. Prefeito nenhum pode brincar com a saúde da população, principalmente neste momento de pandemia. Vamos verificar constantemente o transporte dos alunos, as condições que acontecem esse transporte e o dia a dia nas escolas”, disse ele.
Nestes 523 dias de pandemia, São José da Tapera, conforme o Boletim Epidemiológico desta quinta-feira, divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesau), registrou 1.344 casos; 40 óbitos e 38 casos sob investigação laboratorial. Ainda segundo o Boletim Epidemiológico, a Taxa de incidência (por 100.000 habitantes) da Covid-19 em Tapera, nos últimos 28 dias, é de 86,4%.
Comparando municípios vizinhos, constata-se que Tapera lidera os negativos números da Covid. Em Pão de Açúcar foram registrados neste mesmo período 1.189 casos e 28 óbitos; em Olho d´Água das Flores, foram 1.598 casos, 36 óbitos e três casos sob investigação; em Carneiros, até quarta-feira, foram registrados 377 casos, com 10 óbitos e 6 sob investigação; Senador Rui Palmeira são 405 registros, com 11 mortes e 22 casos investigados, e em Piranhas, até quina-feira, foram 1.175 registros, 22 mortes e 14 sob investigação.
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