“Tenho certeza de que a Justiça fará valer a lei”, foi o que disse para o Correio Notícia o técnico em eletricidade Alain Siqueira, à véspera da audiência de instrução, debates e julgamento dos réus no assassinato do filho dele, o adolescente Arthur Pantaleão Siqueira, 14, morto a tiros no dia 21 de abril de 2017, em Delmiro Gouveia.
Walter Kassius Clay Duarte Cavalcante, conhecido como "Neguinho", 20, e Jeferson Clemente da Silva, 18, serão ouvidos nesta quarta-feira (24) pelo juiz Lucas Lopes Dória Ferreira, titular da 2ª Vara da Comarca de Delmiro Gouveia. A audiência será realizada às 12h na Sala de Audiência do Fórum, localizado na Avenida José Oliveira Rocha, no bairro Novo.
A família da vítima pretende realizar uma manifestação em frente ao fórum. “É importante mostrar para o juiz que a dor que sentimos e a comoção da população não cessou com o passar do tempo. Só quero que a justiça seja feita, isso é o que toda a família espera”, disse o pai do adolescente Arthur, Alain Siqueira.
O caso
Apontado como autor dos disparos de arma de fogo que mataram o adolescente Arthur Pantaleão Siqueira, Walter Kassius foi detido no dia 1 de maio, no município de Ribeira do Pombal, na Bahia. Ele foi localizado depois de levantamentos das Polícias Civil de Alagoas e da Bahia.
Segundo o delegado Rodrigo Rocha Cavalcanti, titular da 1ª-DRP, o suspeito vinha sendo monitorado por ele e o delegado Paulo Jason de Melo Falcão, coordenador regional de Euclides da Cunha. “Estava em contato com o doutor Paulo desde ontem. Sabíamos, por meio de levantamentos e do coordenador do 181, que o suspeito iria descer na rodoviária de Ribeira do Pombal”, relatou Cavalcanti.
“Organizamos uma campana, tendo em vista que ele estaria na companhia de outros elementos, e o detivemos exatamente conforme havíamos levantado, ou seja, na rodoviária. No momento da detenção, Walter confessou que atirou e matou o adolescente Arthur”, afirmou o delegado regional.
Walter e os outros foram levados para a delegacia da cidade baiana, onde estão sendo ouvidos pelo delegado Paulo Falcão. Também está sendo feito um levantamento baseado na suspeita de que eles fariam parte de um grupo criminoso que supostamente é responsável por roubos entre Alagoas e Bahia.
A participação de Walter Kassius no caso foi confirmada após o depoimento de Jeferson Clemente da Silva, que na época tinha de 17 anos de idade e, segundo a investigação, também participou do crime, ocorrido em frente a uma escola municipal, localizada no Conjunto Residencial Rui Palmeira, no bairro Cohab Velha.
Durante depoimento, o então menor inocentou um outro rapaz que tinha sido preso suspeito do assassinato e revelou a participação de Walter como autor dos tiros que mataram Arthur. Ele confessou ainda que a intenção dele e do comparsa era roubar a moto e o celular da vítima e que a arma utilizada no crime, um revólver calibre 32, era dele.
Após o depoimento, agentes policiais civis da 1ª-DRP e do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), também sediado em Delmiro, tentaram prender Walter Kassius, mas ele não foi localizado e passou a ser considerado foragido da polícia.
Diante da situação, a família do adolescente chegou a oferecer uma recompensa de R$ 10 mil para quem tivesse informações que levassem à prisão de Walter Kassius. O anúncio da recompensa foi feito pelo pai de Arthur, Alain Siqueira, mas não precisou ser paga porque o acusado foi capturado pela polícia.
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