Desde 2009, em convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-Al), o Sebrae em Alagoas atende a diversos laticínios através da Incubadora de Laticínios do Estado (Incla), com o intuito de orientar e contribuir para a estruturação, regularização e adequação das empresas que produzem derivados do leite. Frutos dessa parceria, o Laticínio Gabriel, que está localizado no município de Olivença, e o Laticínio São Félix, de Major Isidoro, já colhem bons resultados.
Após serem atendidos com orientações e serviços de consultorias para melhoria de seus produtos, design e instalações físicas, ambos os laticínios passaram por reformas estruturais para atender as regulamentações solicitadas no decreto de nº 8.681, de 23 de fevereiro de 2016, da Lei 1.283, no artigo que rege o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa). No caso do Laticínio São Félix, foi necessária a construção de um novo prédio. Além disso, os laticínios adquiriram novos equipamentos e mudaram procedimentos sanitários e de manipulação.
José Simão dos Santos, proprietário do Laticínio Gabriel, comemora a reforma de sua empresa, concluída em outubro do ano passado, e o retorno ao mercado, estando apto a vender até para o governo, agora, com tudo dentro da lei. O empresário também destacou a nova estrutura de sua empresa, que recebeu a autorização para voltar ao funcionamento há cerca de 40 dias.
“Tudo mudou, tudo foi ampliado. Agora, temos mais estrutura: uma sala para lavagem de utensílios, plataforma de recebimento de leite, laboratório, sala para embalagem, sistema para tratamento de efluentes, entre outras coisas. Já estamos ganhando novos clientes e espero conquistar ainda mais”, pontuou José Simão.
O empresário ainda falou sobre o papel do Sebrae em Alagoas dentro desse processo, suas expectativas e planos para o futuro. “Espero vender em todo o estado, conseguir ainda mais clientes. O Sebrae tem ajudado muito e ainda vai ajudar mais com orientação de boas práticas. Acredito que o nosso exemplo possa servir de estímulo para outras empresas que buscam melhorias”, concluiu José Simão.
O Laticínio Gabriel também será apoiado pelo Sebrae no acesso a novos mercados, bem como através de uma Central de Negócios, junto à qual vários laticínios do mesmo porte poderão fazer compras e vendas conjuntas para, assim, conseguirem melhores preços e negócios mais vantajosos.
Já Joseano Félix, proprietário do Laticínio São Félix, ressalta que está apenas aguardando a liberação do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) para reiniciar as atividades, que deve sair em aproximadamente 20 dias. O empresário também comemorou a nova estrutura e contou o que espera.
“Tudo no meu laticínio mudou muito para o que era antes. Agora, temos mais estrutura e equipamentos, como caldeira e tanque. Nós já produzíamos queijo muçarela e coalho. Com a empresa adequada às normas, nós vamos passar a produzir iogurte. Tenho certeza de que as coisas vão dar certo no futuro. Quando a gente se adéqua, as pessoas passam a nos enxergar com outros olhos”, frisou Joseano Félix.
De acordo com Marcos Fontes, gerente adjunto da Unidade de Agronegócios (UAGRO) do Sebrae em Alagoas, diversos laticínios do estado passaram a buscar adequação, sobretudo, a partir da atuação da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI). Entre os órgãos envolvidos na FPI estão a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), responsável pelas inspeções nos estabelecimentos, Vigilância Sanitária, Ministério Público do Estado de Alagoas e IMA.
Marcos Fontes também lembrou a importância desse trabalho para o público atendido, principalmente para os laticínios Gabriel e São Félix. “Além de terem se regularizado, os dois laticínios passam a contribuir com o desenvolvimento do estado e a oferecer produtos de melhor qualidade e segurança alimentar para os seus consumidores. Ao mesmo tempo, eles aumentaram a capacidade de processar alimentos e gerar renda para pequenos produtores de leite em suas regiões”, afirmou o gerente adjunto da UAGRO.
Segundo Marcos Antônio Peixoto, gerente da Incla e instrutor de alimentos do Senai/Al, a parceria atende, atualmente, cerca de 22 laticínios em todo o estado. O gerente também reforçou que os laticínios Gabriel e São Félix tiveram que apresentar projetos arquitetônicos, ambientais, de tratamento de efluente, elétrico e de segurança contra incêndios, além de implantarem boas práticas de fabricação e segurança alimentar.
“A partir do momento em que eles se propuseram a reformar seus laticínios baseados nesses projetos e a seguir a legislação, eles já passaram a atingir outros mercados, como grandes supermercados e até públicos de outros estados”, finalizou Marcos Antônio.
Marcelo Lima, presidente da Adeal, destaca que a atuação do Sebrae em Alagoas e do Senai, ao orientarem os laticínios, contribui diretamente para o êxito das inspeções feitas pela agência, já que as empresas passam a funcionar conforme as regulamentações.
O presidente ainda falou sobre a importância da parceria. “Graças ao apoio das duas instituições e de todo o trabalho feito por elas nos últimos anos, os laticínios orientados estão se adequando e poderão fornecer e vender produtos com maior qualidade para toda a população alagoana”, concluiu o presidente.
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