A enfermeira Janailma Ramos da Silva, que mora e trabalha em Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, viaja em setembro para Moçambique, na África, onde participará de uma missão humanitária. Ela vai ajudar pessoas que foram atingidas pelo ciclone Idai, que “varreu” o país em março deste ano e deixou um rastro de destruição e mortos.
“Sempre tive vontade de servir na África, mas não sabia como, até que veio um missionário que está em missão em Moçambique, na Fazenda da Esperança, onde eles fazem um trabalho belíssimo levando a palavra de Deus e esperança para aquele povo tão sofrido de tudo. Ele trouxe seu testemunho na escola de vivência do cursilho, onde nos mostrou a situação dos atingidos pelo ciclone Idai, o qual devastou Moçambique. A partir daí veio o chamado de Deus para essa missão em servir os atingidos pelo ciclone. Muitos perderam seus pais , filhos família, casa”, contou Janailma ao Correio Notícia.
A viagem dela ao país africano será justamente no período de férias do trabalho em Santana do Ipanema. Ela é enfermeira do Hospital Regional Doutor Clodolfo Rodrigues de Melo e viaja no dia 5 de setembro, com previsão de retorno no dia 25 do mesmo mês.
“Sei que o que me espera não é um cenário muito bom: crianças e adultos passando necessidades de alimentos, roupas, mas acredito que irei encontrar pessoas com o coração generoso e quero contribuir com o pouco que irei levar de doações e levar um pouco mais de esperança”, explicou a profissional.
Ainda sobre a experiência que terá em Moçambique, ela disse acreditar que será um grande aprendizado servir ao próximo sem esperar nada em troca.
“É preciso estar aberto para os novos desafios e aprendizado da vida sempre. Irei servir na Fazenda da Esperança feminina, onde ficarei hospedada na missão. A fazenda é responsável pela creche que atende mais de 75 crianças e oferece educação, alimentação e lazer. Irei servir também ao posto de saúde que faz parte da cidade de Dombé”, detalhou.
As despesas da viagem de Janailma Ramos da Silva a Moçambique já estão garantidas, mas ela e alguns amigos decidiram criar uma “vakinha virtual”. O valor que for arrecadado será usado para comprar produtos que serão doados às pessoas atingidas pelo ciclone.
“Quando chegar lá, vou ver a necessidade do momento, tem a escola que está precisando de cadeiras, pois as crianças estudam sentadas em um pedaço de madeira, muito triste essa realidade.Conto com ajuda de cada um, com cada sementinha doada podemos fazer a diferença na vida desses irmãos atingidos pelo ciclone Idai”, acrescentou Janailma.
Para participar da “vakinha virtual” e doar qualquer valor, basta clicar aqui.
O ciclone
De acordo com o site El País Brasil, o ciclone Idai, que se formou no oceano Índico, alcançou ventos de até 177 quilômetros por hora e chegou ao litoral de Moçambique no começo da noite do dia 14 de maço deste ano.
A grande tormenta se deslocou depois a dois países vizinhos: Zimbábue, onde os fortes ventos e a chuva torrencial deixaram oficialmente 98 mortos, e Maláui, com pelo menos 150 mortos. As estimativas indicam que pelo menos 1,7 milhão de pessoas foram diretamente afetadas pelo ciclone, segundo o Programa Mundial de Alimentos da ONU.
A localidade mais afetada pelo ciclone Idai foi Beira, uma importante cidade portuária de Moçambique, com 500.000 habitantes. Segundo a Cruz Vermelha, 90% da urbe foi destruída. Beira virou praticamente uma cidade-fantasma, onde muitas casas estão totalmente destruídas, não havia água potável nem energia elétrica, e os estabelecimentos comerciais e instituições públicas tiveram que fechar por causa da violência do ciclone.
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