Uma mobilização iniciada nas redes sociais e nos movimentos ligados à Igreja Católica já tem cerca de 200 pessoas dispostas a doar sangue em São José da Tapera, no Sertão de Alagoas, porém, o ônibus do Hemocentro Regional de Arapiraca (Hemoar), que faz coletas itinerantes, só tem disponibilidade para visitar o município no mês de novembro.
Segundo uma das organizadoras da mobilização, a professora Del Silva, a coordenação do Hemoar que gerencia o ônibus pediu que fosse mantido um novo contato após o dia 15 de agosto para saber se haverá alguma agenda disponível antes de novembro.
De acordo com a professora, o interesse dos moradores da cidade em doar sangue e em se cadastrar como possíveis doadores de medula óssea começou a partir da repercussão do caso de uma criança natural de Pão de Açúcar, município vizinho a Tapera, que está internada num hospital de Maceió para se tratar de leucemia.
O garotinho de nome Jhuan Carlos, de apenas quatro anos de idade, é portador da doença há três anos e está com 88% das células comprometidas. Em casos como o dele, a maior esperança é encontrar um doador de medula compatível.
Agenda cheia para o ônibus não significa estoques de sangue satisfatórios
De acordo com a Assessoria de Comunicação da Hemorrede Pública de Alagoas, à qual o Hemoar é vinculado, a disponibilidade do veículo para visitar São José da Tapera apenas em novembro é devido ao grande número de coletas que são agendadas. Mesmo assim, isso não significa que os estoques dos bancos de sangue estejam estabilizados.
Essa situação ocorre porque, segundo a nota enviada pela assessoria, há muitos fatores que impedem o interessado de fazer a doação, entre eles os seguintes: muitos candidatos ficam nervosos; outros estão com anemia; fizeram tatuagem há menos de um ano; estão com zika, chikungunya ou dengue; tomam algum remédio controlado; não dormiram bem na noite anterior; ingeriram bebida alcoólica; não estão alimentados; desistem de doar por algum motivo.
Por outro lado, após a doação daqueles que estão aptos no momento da coleta, segundo a nota da assessoria, também há um descarte de bolsas de sangue que passam por exames sorológicos, devido à detecção de doenças infectocontagiosas, como Sífilis, Aids, Hepatites e Doença de Chagas, por exemplo.
“Por isso que é frequente o estoque de sangue não estar satisfatório, mesmo com tantas visitas agendadas para o ônibus”, finaliza a nota da assessoria da Hemorrede Pública de Alagoas, que é vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
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