Os moradores de Olivença, no Sertão de Alagoas, ocupam um espaço que já foi moradia de animais com mais de 6 metros de tamanho. Era o caso do bicho-preguiça gigante, que viveu na região durante a chamada Era do Gelo.
Fósseis de um desses animais foram encontrados por um agricultor do município, na semana passada. O material estava no fundo de um barreiro que, devido à falta de chuvas, secou completamente.
Apesar de bem grande, a preguiça que podia chegar a 6 metros era um animal herbívoro, ou seja, não precisava caçar outros bichos para comer, pois se alimentava de plantas.
A confirmação de que os fósseis se tratam de um bicho-preguiça gigante, e não de um mastodonte, como foi divulgado por alguns veículos de comunicação, foi feita ao Correio Notícia pelo paleontólogo e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Jorge Luís Lopes, que estuda os sítios paleontológicos do estado há mais de 10 anos.
Segundo ele, esse foi mais um achado comum na região, e não passa nem perto de ter sido “uma das maiores descobertas paleontológicas do Brasil”, como chegou a ser divulgado por um site de notícias. “Já houve outros achados desse tipo em Olivença mesmo e em vários municípios do Sertão”, explicou o especialista.
Um desses locais foi o Sítio Lages, na zona rural de Piranhas, onde fósseis de uma preguiça gigante foram encontrados durante a escavação para construção de um barreiro, em dezembro de 2015. No município de Maravilha também já foram encontrados fósseis do mesmo tipo de animal.
Os mamíferos da megafauna, como o bicho-preguiça gigante, viveram no Sertão de Alagoas entre dois milhões e dez mil anos atrás, quando a região era uma planície úmida, fértil, com muitos rios, bem parecida com as savanas africanas de hoje em dia.
LEIA MAIS:
Fósseis achdos em Alagoas explicam evolução de espécies e mudanças no meio ambiente
Utilize o formulário abaixo para comentar.