A cultura alagoana está de luto. Morreu, no início da manhã desta sexta-feira (22), em uma das enfermarias do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, Nelson da Rabeca, 81 anos.
Considerado Patrimônio Vivo da Cultura de Alagoas, Nelson estava internado desde o início da tarde desta quinta-feira (21), após fortes dores nas pernas e no estômago.
Segundo a assessoria do HGE o artista estava com um quadro infeccioso grave, recebendo atendimento multidisciplinar na área vermelha.
Nelson da Rabeca era natural de Joaquim Gomes, mas decidiu morar em Marechal Deodoro, onde casou-se com a dona de casa Benedita da Silva, a “Dona Benedita”. Trabalhando no corte de cana-de-açúcar, Nelson, que nunca frequentou uma escola, sustentou toda a família.
Aos 54 anos, quando assistia pela televisão uma apresentação de violino, decidiu aprender a arte e sozinho começou a tocar a rabeca, se tornando um dos artistas mais respeitados do país.
Nelson da Rabeca dividia seu tempo ainda entre a lavoura e apresentações aos finais de semana na Praia do Francês, em Marechal, onde foi descoberto pelo pesquisador musical paulista José Eduardo Gramani, que divulgou para o Brasil o nome de Nelson da Babeca e abriu espaço para a gravação do primeiro disco do rabequeiro alagoano em 1994.
A filha, Eliene Duarte, que acompanhou o pai até o HGE, confirmou que Nelson já tinha feito cerca de seis mil rabecas e lançado quatro álbuns musicais, um deles em 2018 junto com o músico suíço Thomas Rohrer. Nelson da Rabeca contava em seus shows e em seus discos com a participação da sua esposa, Dona Benedita, nos vocais.
Utilize o formulário abaixo para comentar.