A mixórdia envolvendo os precatórios dos trabalhadores da Educação Municipal de São José da Tapera, cidade localizada no Sertão de Alagoas, não tem prazo para ser encerrada.
Retrocedendo ao tempo, Tapera já recebeu cerca de R$ 40 milhões em precatórios, desviados, conforme denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que acusa o prefeito na época, Jarbas Ricardo, o qual chegou a ser preso pela Polícia Federal, de ter participação no esquema.
Mas, uma luz no final do túnel pode acalentar quem já havia assumido a certeza de que o município seria um dos poucos do país que não pagaria o benefício.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal), Núcleo Municipal de São José da Tapera, professor José Márcio, uma nova rodada de pagamento de precatório só não será feita se o atual prefeito, Jarbas Ricardo, o mesmo acusado pelo MPF de desviar a última remessa de precatórios, não quiser.
Em números exatos, são R$ 3.635.823,60, que, divididos, garantem a cada trabalhador da educação, entre eles os aposentados e pensionistas, cerca de duas folhas.
“Existe sim esse valor de quase R$ 4 milhões para pagamento dos precatórios dos trabalhadores da Educação de Tapera, embora o prefeito e seus assessores mantenham silêncio sobre o assunto. Temos de nos unir, ficarmos vigilantes e cobrarmos diuturnamente ao prefeito esse pagamento. Não queremos brigas e sim o diálogo e a verdade”, afirmou José Márcio, líder da categoria da Educação em São José da Tapera.
Preocupado com o destino do valor, professor Márcio lembra também que mesmo tendo dinheiro em caixa, o atual gestor insiste em não pagar o terço de férias dos profissionais da Educação.
“O terço de férias é direito garantido por lei. O prefeito, inclusive, promoveu uma reunião com os servidores da Educação e falou textualmente que tem dinheiro em caixa. Ora, se ele tem dinheiro em caixa, por que não paga o que é de direito? É muito estranho”, definiu o presidente do Sinteal/Tapera.
O tema “precatórios de Tapera” se arrasta há muito tempo e mostra várias facetas de um valor que nunca chegou às mãos de seus legítimos donos, que são os trabalhadores da Educação.
Se registra na história que a administração anterior do Sinteal de Tapara se omitiu em pedir o bloqueio dos recursos do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), que haviam sido depositados nas contas de várias prefeituras.
“Na época, nós não sabíamos que o ex-presidente do Sinteal daqui de Tapera não tinha pedido o bloqueio. Até hoje essa questão não foi explicada. Em várias cidades, graças aos pedidos de bloqueios, os trabalhadores conseguiram receber ou estão para receber o dinheiro. Nós de Tapera não! Agora, com este novo precatório, chegou a vez do dinheiro ser rateado com os verdadeiros donos!”, finalizou o presidente do Sindicato.
O Correio Notícia tentou ouvir o secretário municipal da Educação, professor Renildo Pereira, mas ele não atendeu as ligações e nenhum outro assessor foi encontrado para repercutir a informação ou rebater as denúncias do sindicalista. O Correio Notícia reafirma que está sempre à disposição da Prefeitura para que temas do interesse público sejam noticiados ou esclarecidos.
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