Despreocupados com o mortal Coronavirus, prefeitos do Sertão alagoano, sob o olhar de pouca importância do Ministério Público, e que passaram a campanha eleitoral promovendo carreatas, passeatas, shows e outros tipos de aglomerações, correm o risco de colherem a "ressaca" da doença.
Dados do mais recente Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) comprovam que a Covid-19 continua fazendo vítimas em Alagoas, muito ao contrário do que os mesmos prefeitos e autoridades do governo do estado dizem.
Nesta terça-feira (24), a Sesau divulgou que 139 novos casos da doença foram registrados no Estado.
Os números mostram que dos 93.708 casos confirmados até o momento, 798 estão em isolamento domiciliar e outros 1.386 estão em investigação laboratorial. Os dados também confirmam as mortes de mais três pessoas, sendo uma em Maceió e as demais no interior, aumentando para 2.324 mortos pela doença em Alagoas.
Um dos óbitos, uma mulher de 65 anos, morava na cidade de Monteirópolis. Ela estava internada em um hospital da cidade de Santana do Ipanema. Segundo a Sesau, em Monteirópolis existem 126 pessoas com a doença.
O outro morto, um homem de 68 anos, morava em Delmiro Gouveia, cidade onde os casos também têm aumentado sem que as autoridades do município tentem manter as medidas de restrições.
Por enquanto, o município de São Brás é o único de Alagoas que não registrou caso de morte provocado pelo novo coronavírus, embora lá 262 pessoas estão infectadas com a doença. São Brás tem a 10ª maior taxa de incidência do vírus por 100 mil habitantes de Alagoas.
As desativações das barreiras sanitárias, o "afrouxamento" das fiscalizações, principalmente aos ônibus clandestinos que chegam de outros estados lotados de pessoas, muitas delas com sintomas da doença, têm favorecido para o crescimento dos casos.
Surpresa já não é mais a proliferação da doença, que não só mais habita e ataca quem mora nas cidades. Quem mora nos sítios também tem sido vítima da Covid. Muitos, inclusive, morrendo.
Surpresa é o Ministério Público, que, no início da pandemia, se mostrou fiscalizador e severo nas punições, mas que agora também seguiu o ritmo do "afrouxamento sanitário" e tem compartilhado com os prefeitos para abrirem a "porteira" e permitirem que o vírus também faça parte da família.
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