Quem procura o local pode iniciar o passeio no restaurante Karranca’s, que fica no município de Canindé do São Francisco (SE). Lá, o atendimento profissional combina com todos os itens da paisagem deslumbrante. Os turistas compram os bilhetes para o passeio de catamarã ou de lancha – esta com capacidade para até 10 pessoas – que dura cerca de 3 horas.

O piloto, no caso da lancha, ou o guia, no catamarã, explica todos os pontos curiosos e que chamam a atenção, bem como contam um pouco da história da construção da represa. O empreendimento foi iniciado no final dos anos 1980 e concluído em 1997.

Durante o passeio, a embarcação faz várias paradas, onde os turistas podem apreciar e tirar fotos de formações rochosas e da paisagem, que une o contraste entre a aridez da Caatinga e a imensidão de água, cuja profundidade facilmente ultrapassa os 20 metros.

Ao longo da viagem, um dos pontos de parada para banho é o chamado Vale dos Mestres, local “escondido” na margem sergipana do rio onde existem trilhas para caminhadas pela Caatinga e pinturas rupestres – uma forma de arte praticada por pessoas que viveram na região há centenas de anos. Nesse lugar, rodeado por paredões onde a vegetação cresceu pelas frestas das rochas, a profundidade da água não passa de 1,5 metro.

Em seguida, após mais alguns minutos de navegação, o turista é levado para outro local de banho, onde existe uma plataforma fixa sobre a água, também entre paredões. São os chamados Cânions do São Francisco, que serviram de cenário para novelas e séries de televisão.

Ao retornar para o ponto onde a viagem foi iniciada, no restaurante Karranca’s, o visitante ainda pode desfrutar de um almoço regado a comidas típicas do Nordeste. E, se preferir ver e registrar de cima tudo o que apreciou no catamarã ou na lancha, o local também oferece um passeio de helicóptero.

Além de abrigar a represa de Xingó, entre Canindé do São Francisco (SE) e Piranhas (AL), usada para produção de energia elétrica, a região é marcada pela história do cangaço. Foi nesse trecho, em Sergipe, onde Lampião, Maria Bonita e outros membros do grupo foram mortos pela polícia alagoana. Após a decapitação dos cadáveres, as cabeças foram expostas em Piranhas.

A cidade alagoana, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), oferece outras opções de passeios pelo rio, trilhas, museus e uma imersão na história do Sertão nordestino.