A docente do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Maria Célia Tavares, recebeu, na noite desta terça-feira (31), o Prêmio Jovem Pesquisador Royal Society of Chemistry. A honraria foi conferida pelo Comitê de Jovens Pesquisadores da Sociedade Brasileira de Química (JP-SBQ) e Royal Society of Chemistry, em reunião anual da SBQ, realizada em no Teatro Ruth Cardoso, Maceió.
O título foi concedido após ela vencer a categoria 1 do prêmio, que é dedicada a estudantes de doutorado, com a sua pesquisa intitulada “Dispositivo colorimétrico em papel: um arco-íris de possibilidades para a determinação da urease”.
Docente Campus Batalha, Maria Célia se afastou das salas de aula há poucas semanas para se dedicar às últimas etapas do doutorado, realizado na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Para ela, o prêmio chega como um reconhecimento do esforço diário e é um marco em sua carreira como professora e pesquisadora, servindo de incentivo para que possa continuar produzindo e divulgando ciência.
“Desde meu início, como docente no Ifal campus Batalha, tive apoio para que eu pudesse conciliar as aulas, orientações, comissões etc. com as demandas do doutorado. Agora em maio de 2022, consegui o afastamento para me dedicar exclusivamente ao doutorado, até dezembro de 2022. Isso faz com que essa fase final de ajustes dos resultados, escrita da Tese e preparação para a defesa, se torne mais leve”, pontuou.
Pesquisa facilita o diagnóstico de bactéria que causa infecções no estômago
O trabalho tem o objetivo de desenvolver um dispositivo de baixo custo para auxiliar no diagnóstico de infecção da H. Pylori – uma bactéria encontrada na mucosa do estômago, que pode causar gastrites, úlceras e até câncer de estômago – e a determinar a enzima urease em solos. Em entrevista para o Portal da Ufal, Maria Célia explicou que trata-se de um recurso colorimétrico em papel que facilita a determinação da urease, explorando diferentes indicadores ácido-base.
“A utilização de dispositivos analíticos em papel é devido à facilidade de uso, ao baixo volume de amostra, à portabilidade e à possibilidade de integração com uma variedade de métodos e técnicas de detecção. Neste contexto, a colorimetria merece destaque devido à simplicidade, capacidade de análise operacional usando scanner e/ou smartphone para obtenção de respostas quantitativas ou binárias [sim/não]”, explicou Célia.
A docente vem desenvolvendo a pesquisa no Laboratório de Instrumentação em Química Analítica (Linqa), do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), da Ufal, sob a orientação do professor Josué Carinhanha. Mas apesar de ser desenvolvido em laboratório da Ufal, ela disse que vem buscando divulgar o projeto para os alunos do Campus Batalha e mostrar que é possível fazer trabalho de qualidade aqui em Alagoas.
“Nas minhas aulas no Campus Batalha, busco ao máximo desenvolver a curiosidade em meus alunos pelo mundo a nossa volta e o interesse pela ciência, pela pesquisa, com aulas experimentais, por exemplo”, detalha.
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