A seca vem causando prejuízos aos agricultores familiares alagoanos faz tempo. Já são pelo menos cinco anos seguidos com chuvas abaixo da média, o que reduz a produção de pastagens naturais, restringe as safras de milho, sorgo, palma e outros produtos que podem servir de alimento para o gado leiteiro.
Entre os agricultores que fornecem leite ao Programa do Leite, coordenado pelo governo do Estado com contrapartida de recursos do governo federal, o valor pago atualmente pelo litro do produto já não cobre mais os custos de produção. Por essa razão, muitos já deixaram o programa.
Para que outros agricultores não abandonem a iniciativa, que tem um forte apelo social, tendo em vista que todo o produto adquirido é distribuído a famílias carentes em situação de insegurança alimentar, a Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA) quer um “reajuste” – ou um equilíbrio, como define o presidente Aldemar Monteiro – no valor pago.
Pela proposta, cada litro de leite, que atualmente é comprado pelo Estado ao agricultor por R$ 1,28, seria comprado por R$ 1,60. “Esse valor foi definido não apenas por conta dos prejuízos trazidos pela seca, mas a partir de estudos do projeto Balde Cheio, ou seja, foi um valor definido com base técnica e fundamentado em números que foram muito bem avaliados”, argumentou Aldemar Monteiro.
A proposta ainda será levada oficialmente aos gestores estaduais, mas já está na pauta de discussões internas da cooperativa, que reúne boa parte dos fornecedores de leite ao programa do Estado.