O início das obras de reforma de um prédio que faz parte do Centro Histórico de Água Branca, no Sertão de Alagoas, causou polêmica na cidade. Pelas redes sociais, alguns internautas disseram que a obra estaria em desacordo com a lei municipal nº 447/71, de 18 de abril de 2001, que dispõe sobre o tombamento municipal do Centro Histórico da cidade, formado por igrejas, casarios, casa do Barão de Água Branca, Praça de Nossa Senhora do Rosário, Praça Matriz e Praça Fernandes Lima.
Por outro lado, fontes ligadas à política local informaram que o empresário que é proprietário do imóvel conseguiu o alvará para reforma após ter declarado apoio a um pré-candidato a prefeito da cidade.
O dono do prédio, o empresário José Fernando Ramalho Sandes, conhecido como Fernando do Celular, emitiu uma nota de esclarecimento na qual explica sua versão para a situação. Segundo a nota, existe autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Prefeitura de Água Branca para realização da obra. O Correio Notícia teve acesso a uma foto da autorização concedida pela Prefeitura. É a Licença nº 13/16/SMOVU, assinada por Ednaldo de Souza, diretor da Secretaria Municipal de Obras, Viação e Urbanismo, de 5 de abril de 2016.
A nota de esclarecimento diz ainda o seguinte: “O citado prédio histórico não é tombado, para esclarecimento de muitos, a parte interior já foi demolida há alguns anos, como muitos sabem. Por esse motivo, me impressiona os comentários revoltados e exacerbados até então em redes sociais, se o que lhes preocupa é a fachada, saibam que a mesma irá permanecer, por respeito e preservação ao nosso patrimônio histórico”.
Conforme a nota, o projeto trará benefícios à cidade de Água Branca a partir da criação de uma galeria comercial no interior do prédio. Por fim, diz a nota, “adianto-lhes ainda que a única modificação que haverá será a abertura de uma porta no meio da fachada, também liberada pelo IPHAN, para melhor transição”.
Confira a nota de esclarecimento abaixo, na íntegra:
Como esperado, pelo fato de o casarão, prédio histórico da cidade de Água Branca, ser foco da sociedade há alguns anos, passaram a surgir os presentes comentários a respeito da reforma do mesmo em redes sociais. Venho lhes dizer em contrapartida, que temos a liberação do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - e da prefeitura da cidade de Água Branca. Gostaria de saber com base em qual fundamento, certos membros da população da cidade estão afirmando que o prédio está sendo totalmente demolido. O citado prédio histórico não é tombado, para esclarecimento de muitos, a parte interior já foi demolida há alguns anos, como muitos sabem. Por esse motivo, me impressiona os comentários revoltados e exacerbados até então em redes sociais, se o que lhes preocupa é a fachada, saibam que a mesma irá permanecer, por respeito e preservação ao nosso patrimônio histórico. O verdadeiro intuito desse projeto é trazer benefícios à cidade de Água Branca. O que cabe a determinados cidadãos, é abrir a mente e tentar enxergar tal benfeitoria, caracterizado pelo início da construção de um mini shopping, ou se preferirem dizer, uma galeria comercial, que pra quem tem uma visão mais avançada, sabe que isto não beneficiará apenas o proprietário. Me parece bem ignorante um ser humano tomar a iniciativa de ir à Delmiro Gouveia, se posicionar em um programa de rádio que atingirá determinada parcela da população, sendo leigo a respeito assunto, ou ao menos, me aparenta ser, inclusive , este não foi o primeiro nem será o último leigo querendo se posicionar sobre o assunto a qualquer custo. E quando surge a pergunta do locutor - você procurou saber se o proprietário irá mesmo demolir ou está sendo somente uma reforma? O cidadão simplesmente responde "não", sendo omisso por não ter procurado saber diretamente com o proprietário do imóvel, que é portanto o ponto central para que se tenha informações verídicas e não se posicionar com base em boatos. Por este motivo, eu vos aconselho, antes de criticar e até mesmo se revoltar, procurar saber o objetivo real, já que se demonstram tão interessados, afinal, ninguém de plena capacidade iniciaria uma obra, principalmente desse porte sem as devidas autorizações, não é mesmo?! Alias, me parece bem duvidoso de que o que está acontecendo seja mesmo a prática de cegos interesses pelo patrimônio histórico da cidade. Por fim, adianto-lhes ainda que a única modificação que haverá será a abertura de uma porta no meio da fachada, "também" liberada pelo IPHAN, para melhor transição. Agradeço àqueles que por terem um ponto de vista mais evoluído e mentes abertas, apresentaram defesas a tais indagações e também aos que ainda contribuirão de forma positiva para o nosso projeto, quanto ao restante, aconselho que não se revoltem em vão, é desnecessário, acreditem.
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