Servidores contratados da Educação de Água Branca, Sertão de Alagoas, estão revoltados com os descontos nos salários que desde o início desse mês passaram a ser realizados diretamente na folha de pagamento da Prefeitura Municipal.
Conforme denúncia de alguns professores nessa situação, os servidores de carreira recebem os vencimentos sem os tais descontos, enquanto eles tiveram uma redução salarial que chega a quase R$ 1 mil, sem nenhuma redução na carga horária ou mudança de função.
Os denunciantes alegam que quem não concordar com os descontos está ameaçado de ter o contrato com a Secretaria Municipal de Educação encerrado.
“O prefeito e seu secretário de Educação parecem não querer entender e aceitar que professor contratado é servidor público e que apenas difere dos professores efetivos na modalidade de entrada no serviço público, pois estão sujeitos a um contrato precário, sem concurso público, mas que cumprem a mesma função de um professor concursado”, disse um professor contratado, que pediu para não ter o nome revelado, temendo ser demitido.
A dificuldade financeira é reflexo do reajuste de 35%, concedido pelo prefeito Zé Carlos (PP) em abril de 2022, mesmo contra os alertas da própria controladoria-geral e ignorando os ajustes econômicos sugeridos por um levantamento financeiro contratado pela Secretaria Municipal de Educação. Pressionado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), na época o prefeito ficou bem com a categoria porque deu o maior reajuste do estado à categoria.
Não obstante, outros prefeitos alertaram ao gestor que o reajuste concedido iria inflar a folha de pagamento a curto prazo e que o Município não iria comprometer o limite de 70% para custo com pessoal, imposto pelo novo Fundeb.
O prefeito ignorou os conselhos dos colegas e em abril deste ano 2023 concedeu novo reajuste, 16% para professor, secretário escolar, assistente administrativo educacional, motorista, vigilante e auxiliar administrativo. O aumento salarial foi acima do anunciado pelo Ministério da Educação para o piso nacional, que é de 14,95% para professores e professoras da educação básica.
O secretário municipal de Educação, Odir Siqueira, confirmou ao Correio Notícia que os descontos foram realizados, mas que o valor não chega a R$ 1 mil e que foi comunicado com antecedência aos servidores. “Esses descontos foram feitos apenas nos profissionais que recebiam valores acima do salário mínimo”, disse o secretário.
Ainda segundo Odir, os descontos foram motivados por queda de receita. “E nós precisamos garantir o bom andamento da educação”, finalizou Odir.
Utilize o formulário abaixo para comentar.