Mesmo tendo em sua frota caminhões compactadores – o último doado em março deste ano pelo Governo de Alagoas –, o recolhimento de lixo em várias ruas do centro da cidade de São José da Tapera chama a atenção. A prefeitura do município, administrada pelo prefeito Jarbas Ricardo (MDB), há muitos anos tem usado cavalos e jumentos na coleta urbana de lixo.
Guiados por servidores municipais, os animais percorrem as ruas centrais da cidade apenas durante as madrugadas ou nos finais de tarde, horários que seriam estratégicos para evitar que a situação seja vista por pessoas que visitam o município.
Em São José da Tapera, município com cerca de 32 mil habitantes, é comum encontrar depósitos de lixo instalados nas praças quebrados ou cheios e pessoal terceirizado (sem concurso público) contratado para a limpeza urbana usando vassouras de piaçava e sem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
E essa falta dos equipamentos de proteção é criticada pelos trabalhadores da limpeza, que, mesmo temendo represálias por conta das denúncias, afirmam que são comuns casos de acidentes, entre eles trabalhadores picados por cobras e escorpiões e até feridos por seringas, latas, pregos e vidros quebrados jogados no lixo.
Sem ter assessoria de comunicação oficial, funcionários da prefeitura de Tapera tentam desmentir as denúncias, alegando que desconhecem os acidentes envolvendo as equipes de recolhedores de lixo. Sobre as lixeiras quebradas nas praças, pseudo-assessores da prefeitura afirmam que os equipamentos foram comprados recentemente, mas que são alvos de vândalos.
Em relação ao uso de animais para o recolhimento de lixo, a explicação é de que o município só tem dois caminhões compactadores, forçando a prefeitura usar caçambas contratadas para o serviço e o referido transporte de tração animal, mas, segundo os porta-vozes do município, de modo que os donos dos animais recebem uma “ajuda” financeira para garantir a saúde dos bichos.
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