Os professores da rede municipal de São José da Tapera, no Sertão de Alagoas, denunciam que estão com os salários atrasados desde o dia 10 deste mês e, por essa razão, marcaram para esta terça-feira (18) um protesto na cidade. Também amanhã, eles iniciam uma paralisação de advertência que vai durar três dias.
De acordo com um professor do município, que é sócio do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) e preferiu não se identificar por medo de represálias, cerca de 500 professores estão prejudicados com o atraso no pagamento dos salários.
“O pagamento era feito no dia 30, ou seja, dentro do mês trabalhado. Depois, uns meses atrás, o prefeito Jarbas Ricardo fez um acordo com a categoria para ficar pagando no dia 10 do mês seguinte. Mas dessa vez disse que só pode pagar no dia 20 de outubro, a categoria não concordou e resolveu se mobilizar fazendo esse protesto e essa paralisação de advertência”, relatou o professor.
Para rebater prováveis justificativas por parte da prefeitura de falta de dinheiro para fazer o pagamento dos salários, o Sinteal comunicou, por meio de uma assembleia, informações do Portal da Transparência do Governo Federal que mostram que o município recebeu, em setembro, mais de 2 milhões de reais (R$ 2.013.077,78) do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Nesse mesmo mês, o município também recebeu mais de 1 milhão (R$ 1.258.767,56) de reais do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). As tabelas com esses valores foram compartilhadas nas redes sociais por membros do Sinteal.
O professor sócio do Sindicato também denunciou que a prefeitura não estaria realizando os repasses aos bancos do valor descontado no contracheque dos professores que possuem empréstimos. Por isso, os profissionais estão recebendo comunicados dos bancos e cartas do SPC e Serasa pela inadimplência, mesmo com os valores sendo descontados nos contracheques.
Outra denúncia feita pelo sindicalista foi de que a prefeitura não estaria repassando a chamada contribuição patronal dos servidores da Educação ao Instituto de Previdência, Aposentadorias e Pensões (Iprev) de São José da Tapera. “O prefeito disse que só vai regularizar essa situação em dezembro, quando receber impostos da construtora Odebrecht, que realiza obras do Canal do Sertão no município”, detalhou o sócio do Sinteal ouvido pelo Correio Notícia.
A reportagem tentou contato, por telefone, com a secretária municipal de Educação de São José da Tapera, mas o as ligações não foram atendidas.
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